Lucros do BCP recuam 55% no primeiro semestre

O resultado líquido da actividade em Portuga saldou-se em 45,2 milhões de euros, uma queda de 37,9% face aos primeiros seis meses de 2019

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LUSA/MIGUEL A. LOPES

O BCP registou lucros de 76 milhões de euros no primeiro semestre de 2019, uma diminuição de 55% face aos lucros de 169,8 milhões de euros no mesmo período de 2019, divulgou hoje o banco.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o BCP assinala que obteve um “resultado líquido do grupo de 76 milhões de euros no primeiro semestre de 2020, influenciado pelo contexto covid-19”.

O resultado líquido da actividade em Portugal saldou-se em 45,2 milhões de euros, uma queda de 37,9% face aos primeiros seis meses de 2019. Explica a gestão, na comunicação ao mercado emitida esta terça-feira, que o resultado líquido em território nacional foi “influenciado pela redução da margem financeira, das comissões e dos outros proveitos líquidos (desvalorização dos fundos de reestruturação empresarial), e pelo crescimento das imparidades e provisões, que mais que anularam a redução dos custos operacionais”, que recuaram 4,6%, para 318,3 milhões de euros.

Em termos consolidados, os custos operacionais aumentaram 2,8% no período em análise, para 561,8 milhões de euros.

Em comunicado, o grupo adianta que “reflectindo já a evolução desfavorável da economia em consequência da pandemia”, registou um “reforço relevante de imparidade no primeiro semestre, no montante de 108,8 milhões de euros”, ou 44,5%, para 351,4 milhões de euros.

Em termos de actividade global, os proveitos “core” aumentaram 2% no período em análise, para 1104,3 milhões, com as comissões a subirem 0,9%, para 345,2 milhões de euros, e a margem financeira a atingir 759,1 milhões de euros no final de Junho (mais 2,6%). Em Portugal, a margem financeira decresceu 5,1%, para 379,2 milhões de euros, justificando a administração que o “excedente de liquidez e menor remuneração da carteira de títulos penalizam margem financeira em mais de 21 milhões de euros”.

O número de clientes activos aumentou em 683 (ou 14%) entre a primeira metade de 2019 e o primeiro semestre de 2020, para 5.621 clientes. Destes, 44% ou 2455 são clientes mobile do grupo financeiro.

Em Portugal, o banco fechou o primeiro semestre com 2396 clientes activos (mais 4% do que um ano antes), dos quais 842 clientes mobile.

Na conferência de imprensa de apresentação de resultados, que decorreu nas instalações do banco no Tagus Park, em Oeiras, distrito de Lisboa, o presidente executivo Miguel Maya referiu que o segundo trimestre do ano foi “verdadeiramente extraordinário” e “único” devido aos efeitos da pandemia de covid-19.

Mais de 124 mil moratórias aprovadas

No âmbito do apoio à economia em contexto de crise pandémica, o Millennium BCP contabiliza em 97.419 as moratórias aprovadas as famílias e em 26.905 em operações às empresas.

No caso das famílias, a habitação perfaz 92% das operações aprovadas em moratórias, ascendendo o total a 4,1 mil milhões de euros.

A que se soma outros 4,7 mil milhões aprovados, até ao final do primeiro semestre, pelo banco, às empresas. Contabilizando tudo, são 124.324 moratórias aprovadas, com um valor de 8,8 mil milhões de euros.

Em comunicado, o banco acrescenta ainda que, as empresas, “mais de 2,5 mil milhões de euros de financiamento aprovado ao abrigo das linhas covid-19 (38% do montante total disponibilizado pelas linhas), com desembolsos efectuados superiores a 2,2 mil milhões”.

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