Covid-19 levou a quebra de 70% das viagens de turistas residentes em Março

Mês em que foi detectado o primeiro caso de covid-19 em Portugal e decretado o estado de emergência alterou por completo as viagens turísticas dos residentes em Portugal no primeiro trimestre: menos deslocações, muito mais cá dentro e por mais dias

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rui gaudencio

“O impacto da pandemia de covid-19 e a declaração do estado de emergência no mês de Março contribuíram para o decréscimo de 70%” das viagens turísticas de residentes em Portugal naquele mês, de acordo com os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística.

Em Janeiro e Fevereiro as deslocações tinha aumentado 8,4% e 5,2%, respectivamente, acrescenta o INE.

Março – o mês em que foi declarado formalmente o primeiro caso de covid-19 em Portugal – foi por isso o mês que inverteu subida do arranque do ano, saldando-se então o primeiro trimestre do 2020 com 3,7 milhões de viagens realizadas por residentes em Portugal, o que representou uma quebra de 20% face a igual período de 2019.

No mesmo mês de Março, as deslocações de residentes em Portugal ao estrangeiro registaram uma quebra de 81,9%, “contrariando os aumentos de 5,3% e 18,3% em Janeiro e Fevereiro, respectivamente”. O trimestre saldou-se em 444,4 mil deslocações, uma diminuição de 22,9% face a igual período de 2019.

As viagens ao estrangeiro de residentes em Portugal representaram 11,9% do total no trimestre.

O restante – 88,1% ou 3,3 milhões - das deslocações registadas no primeiro trimestre por residentes em Portugal “corresponderam a viagens no território nacional”.

O desempenho representa no trimestre uma queda de 19,6%, com aumentos de 8,9% em Janeiro e de 3,6% em Fevereiro, mas um decréscimo de 68,2% em Março.

O “lazer, recreio ou férias” foi a principal motivação para viajar no primeiro trimestre de 2020 (1,5 milhões de viagens, uma queda de 14,6%), reforçando a sua representatividade (40,8% do total, face a 38,2% no trimestre homólogo).

O motivo “visita a familiares ou amigos” correspondeu a 1,5 milhões de viagens (39,3% do total), diminuindo 29,1%.

Os “hotéis e similares” concentraram 21,2% das dormidas resultantes das viagens turísticas no primeiro trimestre de 2020, perdendo peso no total.  O “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal opção alojamento (73,9% das dormidas), sendo o único tipo de alojamento a reforçar a sua representatividade.

Em contexto de pandemia, o INE salienta ainda “apesar desse decréscimo [em Março], verificou-se um aumento muito significativo do número de noites passadas fora do ambiente habitual pelos turistas” nesse mês: 9,2 noites, face a 3,9 em Fevereiro e 3,8 em Janeiro.

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