Marcelo promete debates com todos os candidatos presidenciais

Chefe de Estado ressalva que só tomará decisão sobre recandidatura à Presidência da República em Novembro, mas, se decidir recandidatar-se.... Já sobre o fim dos debates quinzenais com o primeiro-ministro não comenta.

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Marcelo Rebelo de Sousa visitou o lar da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime, em Loulé LUSA/VASCO CÉLIO

Marcelo Rebelo de Sousa só decide a recandidatura em Novembro, mas assume já este compromisso: “Obviamente, discutirei com todos os candidatos presidenciais”.

No final de um dia em que esteve reunido com a comunidade britânica residente no Algarve, o Presidente da República foi questionado neste domingo pelos jornalistas acerca do facto de PS e PSD terem aprovado, na Assembleia da República, a passagem dos debates quinzenais com o primeiro-ministro a bimensais. Marcelo disse respeitar a decisão do Parlamento, frisando que a Assembleia da República é livre de definir a sua forma de funcionar. “O Presidente da República não se pronuncia sobre a forma de funcionamento do Parlamento. O Parlamento é livre de definir. Ainda por cima, não vai ao Presidente, é um regimento interno que define como é que funciona e isso eu respeito”, disse o chefe de Estado, instado pelos jornalistas a pronunciar-se sobre o fim dos debates quinzenais.

Dizendo que apenas pode falar por si, antes de um jantar de trabalho com autarcas algarvios em Querença, Loulé, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que, quando foi candidato presidencial, discutiu “com todos os candidatos presidenciais” e que fará o mesmo caso venha a recandidatar-se.

No encontro com os representantes da comunidade britânica na região, Marcelo Rebelo de Sousa apelou a um conjugação de esforços - da sociedade civil e do poder político - para que Portugal sai da lista vermelha de países cujos viajantes estão obrigados a quarentena, à chegada ao Reino Unido.

Sobre o papel desempenhado pelo Governo nesta matéria, disse ser “testemunha” do trabalho desempenhado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros “para chegar a uma convergência de critérios [sobre a avaliação da covid-19, no espaço europeu]”, que não se veio a verificar. Depois de visitar o Lar de Boliqueime - onde ocorreram cinco mortes por  covid-19 e 40 pessoas foram infectadas -, o presidente teve um encontro de trabalho, com a comunidade britânica, em Loulé. “A diplomacia não se faz apenas de embaixadores, ministros, governos ou de chefes de Estado: faz-se de pessoas”. Os cidadãos ingleses que vivem no Algarve, cerca de 50 mil, disse, “sabem qual é a realidade, e isso tem muita força para persuadir, primeiro, os seus compatriotas e, depois, os responsáveis políticos”.

A jornada de trabalho terminou no interior do concelho de Loulé, em Querença, com um jantar, com todos os presidentes de câmara da região, a discutir as formas de relançar a economia algarvia. O Verão só termina em Setembro, recordou Marcelo, lembrando a necessidade de continuar a insistir para convencer o Governo de Boris Johnson a mudar os critérios da avaliação do estado da pandemia, para que o Algarve e outras regiões turísticas possam retomar os corredores aéreos e a economia seja relançada. Provavelmente, em moldes diferentes. A este propósito, recordou que o pacote especifico dos 300 milhões, negociado em Bruxelas para o Algarve, destina-se a “diversificar a economia”, fortemente dependente do clássico modelo turístico de sol e praia.

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