Câmara de Aveiro anula concurso para a qualificação do Rossio e abre um novo

Movimento que tem vindo a lutar contra o projecto que prevê a construção de um parque de estacionamento em cave diz que esta é uma “meia boa notícia”.

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Adriano Miranda

O executivo municipal de Aveiro irá votar, na próxima segunda-feira, a anulação do concurso público internacional para a qualificação do Jardim do Rossio, procedendo, logo de seguida, à abertura de um novo procedimento. Ribau Esteves, presidente da autarquia, remete todos os esclarecimentos para a reunião camarária da próxima semana, mas há já quem encare este retrocesso como um sinal de esperança.

É o caso do movimento Juntos pelo Rossio, que tem vindo a lutar, desde a primeira hora, contra o projecto. “É uma meia boa notícia”, declarou ao PÚBLICO David Iguaz, porta-voz dos Juntos pelo Rossio. Com este passo atrás, o movimento espera ganhar tempo na luta contra o projecto - uma das frentes de batalha passa por um pedido de classificação de interesse público do conjunto arbóreo do Jardim do Rossio, junto do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). “Não vamos desistir da nossa luta”, assegurou David Iguaz.

A oposição socialista, que votou contra o projecto, deduz que o concurso público tenha ficado vazio. “E isso só comprova que ele não é viável”, reparou Manuel de Sousa, vereador do Partido Socialista, criticando a “teimosia atroz” do presidente da autarquia em relação ao projecto. 

A intervenção, orçada em cerca de 10 milhões, de euros, prevê a requalificação do jardim propriamente dito, bem como a criação de uma Praça de Eventos, com 3.415 metros quadrados de área livre. A Praça General Humberto Delgado, conhecida por “Pontes” ou ponte-praça, também foi incluída no projecto do Rossio, prevendo-se um aumento da sua área pedonal, a construção de duas zonas de estar e a redução da área de circulação automóvel.

O motivo da discórdia prende-se com a construção de um parque de estacionamento em cave – com capacidade para 219 automóveis, 14 motas e 36 bicicletas -, cuja concessão ajudará a financiar a empreitada. De acordo com as contas apresentadas pelo presidente da autarquia, em Outubro do ano passado – aquando da abertura do concurso público –, a factura total da obra seria repartida em três partes relativamente iguais (a suportar pelo concessionário, câmara municipal e fundos europeus).

Resta, agora, saber quais os pressupostos do novo concurso público internacional, sendo certo que incluirá a construção e concessão do parque de estacionamento subterrâneo.

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