Regionais dos Açores: partidos defendem que eleições se realizem a 25 de Outubro

O Presidente da República recebeu os partidos para decidir a data de realização das eleições regionais nos Açores. Todos os partidos ouvidos até agora sugeriram que as eleições se realizem a 25 de Outubro. Falta o PS.

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Os partidos estão a ser ouvidos por Marcelo Rebelo de Sousa Nuno Ferreira Santos

As eleições regionais dos Açores, esperadas para o Outono deste ano, poderão acontecer a 25 de Outubro, a data limite prevista na lei para a realização destas eleições. A proposta foi feita pelo PPM-Açores, o primeiro partido a ser recebido por Marcelo Rebelo de Sousa, esta quarta-feira, num encontro que servirá para decidir a data e condições de realização das eleições. E a data parece ser unânime. PCP, BE, PSD e CDS, também já foram ouvidos e todos propuseram a mesma data. Os partidos argumentaram que depois de meses de confinamento, os candidatos devem dispor de tempo para preparar as suas propostas e garantir que os eleitores têm tempo para as analisar.

Para o líder do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, a realização das eleições regionais durante a pandemia é uma opção exequível. “Em França houve eleições em pleno confinamento”, argumentou. “Quem vota, vota, quem não está, não está”, declarou Gonçalo da Câmara Pereira.

Do lado do PCP, Jorge Cordeiro concordou que 25 de Outubro seria “a data mais razoável” e apontou as condições de circulação do espaço reservado às urnas de voto, para que os eleitores consigam manter a distância de segurança entre si. “Além dos cuidados sanitários e dos aspectos de saúde pública, a vida continua e a fruição da vida é também a vivência política, cultural, social”, justificou. “Não nos parece que haja razões para que as eleições não decorram dentro do prazo legal previsto, naturalmente aproveitando essa dilatação máxima, que tem um horizonte entre o 4 de Outubro e o 25 de Outubro. Não há nenhuma razão que conduza a que as eleições não se realizem”, declarou o dirigente comunista. 

Também o CDS, representado pelo líder do CDS-Açores Artur Lima, não vê entraves à realização das eleições a 25 de Outubro, a data limite para a realização das eleições, até porque isso “dará mais tempo às pessoas para se habituarem ao desconfinamento gradual”. 

Também o coordenador regional bloquista António Lima assinalou a estagnação da actividade política e apoiou a data proposta. “Durante três meses, devido à pandemia, a actividade política ficou extremamente condicionada, praticamente estagnou, e é necessário haver aqui algum tempo”, não só para que os eleitores açorianos tenham condições “para analisar as diversas propostas dos diversos partidos”, mas também para que os partidos tenham tempo para apresentar estas propostas.

O PSD, o penúltimo partido recebido, também defendeu que o último dia do calendário legislativo regional é “a data apropriada”. "Houve dois meses e meio de confinamento e, obviamente, qualquer acto eleitoral necessita de divulgação eleitoral, de contacto directo. Essa transmissão para nove ilhas não pode ser feita rapidamente”, argumentou o deputado social-democrata eleito pelos Açores, António Ventura.

Estas eleições regionais trarão uma novidade: vai ser possível aos eleitores do arquipélago exercer o seu direito de voto de forma antecipada e por mobilidade, algo que até agora era permitido apenas nas eleições presidenciais, legislativas nacionais e europeias. A alteração foi aprovada no início deste mês, pela Assembleia da República.

O actual Governo dos Açores é liderado pelo socialista Vasco Cordeiro, que venceu as eleições regionais de Outubro de 2016 com maioria absoluta e que será novamente candidato pelo PS-Açores. Desde 1996 que o executivo dos Açores está nas mãos do PS. com Lusa

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