Morreu Andrew Mlangeni, um aliado de Mandela na luta contra o apartheid

O combatente anti-apartheid era o último dos oito condenados no julgamento de Rivonia, em 1964, ainda vivo.

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Depois de libertado, Mlangeni tornou-se deputado e viveu no Soweto até à sua morte LUSA/ANDREW GOMBERT

Morreu esta quarta-feira, aos 95 anos, Andrew Mlangeni, o último combatente anti-apartheid que foi preso com Nelson Mandela em 1964 depois do infame julgamento de Rivonia.

Mlangeni, que passou 26 anos na prisão e era foi o último dos oito réus ainda vivo, deu entrada no hospital após queixar-se de dores abdominais, revelou a presidência da África do Sul num comunicado.

O Presidente Cyril Ramaphosa, que combateu ao lado de Mlangueni pela igualdade racial e pelo fim do domínio da minoria branca na África do Sul, descreveu-o como “um farol de liderança ética e de carinho pela humanidade”, cuja morte marca o fim de uma geração histórica e deixa o futuro nas mãos dos que permanecem. “Com a sua morte, Mlangeni passou de facto a batuta aos seus compatriotas para que construam a África do Sul pela qual ele lutou para libertar e para reconstruir”, afirmou.

Mlangeni defendeu os valores para o fazer, incluindo a dignidade e oportunidade para todos, e a sua “vida dramática foi um exemplo único de heroísmo e humildade a conviverem na mesma pessoa”, disse Ramaphosa.

Mlangeni nasceu em 1925 e em 1951 juntou-se à organização juvenil do Congresso Nacional Africano (ANC), que está agora no poder, e, mais tarde, foi enviado para o estrangeiro para receber treino militar.

No seu regresso, em 1963, foi preso e julgado ao lado de outros sete militantes, incluindo Mandela, naquele que ficou conhecido como o julgamento de Rivonia, o nome do subúrbio de Joanesburgo onde alguns foram detidos.

Mlangeni foi condenado a prisão perpétua e enviado com Mandela para a prisão de Island Robben, a principal prisão usada nesta altura para prender homens negro activistas anti-apartheid.

Depois da sua libertação, serviu como deputado e viveu no Soweto, nos subúrbios de Joanesburgo, até à sua morte.

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