Com queda a pique do tráfego, franceses lideram visitantes a aterrar em Portugal

Reduções abruptas de Abril e Maio provocaram uma descida de 56,5% no movimento de passageiros nos aeroportos nacionais durante o primeiro semestre, de acordo com os dados do INE.

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Aeroporto de Lisboa teve um decréscimo de 53% no número de passageiros até Maio Rui Gaudencio

França foi o principal país de origem e de destino dos passageiros estrangeiros movimentados nos aeroportos nos primeiros cinco meses deste ano, marcados pelo impacto da covid-19, que deixou em terra as frotas das companhias aéreas nos meses de Abril e Maio (em Março o impacto foi parcial).

De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo INE, que publica pela primeira vez os dados mensais da actividade de transportes (até aqui era trimestral), isolando o transporte aéreo, em Maio aterraram nos aeroportos nacionais “1,6 mil aeronaves em voos comerciais, o que representa uma variação homóloga de -92,3% (-94,3% em Abril e -38,6% em Março)”.

Em termos de passageiros, diz o INE, registou-se o movimento de 82,1 mil pessoas (entre embarques, desembarques e trânsitos directos), o que equivale a uma variação homóloga de -98,5% em Maio (fora de menos 99,4% em Abril e menos 53,5% em Março).

Compilando e analisando os dados da ANA, que gere os aeroportos, e da ANAC, entidade reguladora da aviação civil, a ANAC, o INE destaca que entre Janeiro e Maio, a França destaca-se como “o principal país de origem e de destino dos passageiros movimentados nos aeroportos nacionais”.

Já o Reino Unido foi o segundo principal país, e o que “evidenciou a maior redução do número de passageiros aterrados e descolados (-64,9% e -61,1%, respectivamente)”, o que pode ser explicado por ser o maior mercado emissor de turistas para Portugal.

No caso de França, aterraram, nos primeiros cinco meses do ano, 640,7 mil visitantes em Portugal, o que representa uma descida de 58,1% face a 2019. Olhando para os cinco principais países (França, Reino Unido, Espanha, Alemanha e Brasil), apenas o Brasil conta com mais passageiros aterrados face aos que descolaram neste período.

No caso da TAP, onde o Estado se prepara para subir a sua posição de 50% do capital para 72,5%, o impacto foi expressivo: só em Março e de Abril a companhia aérea portuguesa teve menos dois milhões de passageiros face a idêntico período de 2019, o que mostra bem os impactos do surto da covid-19 no sector e na transportadora área portuguesa.  

Ao todo, de acordo com o INE, aterraram nos aeroportos nacionais 43,1 mil aeronaves em voos comerciais nos primeiros cinco meses do ano, o que equivale a metade de idêntico período de 2019.

Nesse período foram movimentados 9,6 milhões de passageiros (-56,5%), cabendo ao aeroporto de Lisboa uma fatia de 57,4% do total (5,5 milhões, o que equivale a um decréscimo de 53%).

Entre os três maiores aeroportos nacionais, Faro foi o que teve uma maior quebra, de 73,6% para 764 mil passageiros, uma vez que é também o mais sensível à conjuntura do turismo. O segundo foi o do Porto, com menos 55,3% (2,2 milhões de passageiros), seguindo-se então o de Lisboa.

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