Filho de juíza federal morto a tiro em Nova Jérsia. FBI investiga o caso

Filho da juíza foi baleado quando abriu a porta a um homem que se apresentou como funcionário da FedEx. O marido, também atingido, está hospitalizado. Atirador encontrado morto.

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FBI procura o suspeito do crime, que matou o filho da juíza e feriu com gravidade o marido JOSHUA ROBERTS/Reuters

Um homem matou a tiro o filho da juíza federal Esther Salas, de Nova Jérsia, no passado domingo. A juíza estava em casa no momento do ataque, mas escapou sem qualquer ferimento. O atacante foi encontrado morto nesta segunda-feira.

Segundo a Associated Press, o atirador apresentou-se como funcionário da FedEx, uma transportadora norte-americana. Quando Daniel Anderl, de 20 anos, abriu a porta, o homem disparou e matou o filho da juíza, ferindo ainda o marido, o advogado Mark Anderl, que está hospitalizado com ferimentos graves, apesar de estar estável. Depois, pôs-se em fuga. O caso está a ser investigado pelo FBI e as motivações do ataque não são conhecidas.

A estação de televisão ABC revela que o atirador era um advogado que, em 2015, teve um caso em tribunal com a juíza Salas.

Quatro dias antes do ataque, nota a AP, a juíza Esther Salas foi designada para decidir sobre uma acção colectiva apresentada contra o Deutsche Bank. Os queixosos alegam que o banco fez declarações falsas em relação às suas práticas no combate à lavagem de dinheiro e acusam-no de não monitorizar devidamente os seus clientes de alto risco, entre eles Jeffrey Epstein, acusado de abuso sexual e tráfico de menores, que se suicidou na prisão em Agosto do ano passado.

Francis Womack, mayor da localidade de North Brunswick, e amigo da família, afirmou à ABC que não está a par de qualquer ameaça específica contra a juíza, apesar de “enquanto juíza, por vezes, ela receber ameaças”. 

De acordo com a BBC, os investigadores responsáveis pelo caso estão a investigar possíveis ameaças feitas à juíza nos últimos tempos e as autoridades estão também a analisar a possibilidade de o visado do ataque ser o advogado Mark Anderl, marido de Salas. Esta segunda-feira, decorreram buscas nas proximidades do local do crime. 

Marion Costanza, que vive três casas abaixo da residência de Esther Salas, disse que a juíza já tinha feito comentários sobre a possibilidade de se tornar um alvo por ser uma figura pública. “Ela tinha alguns casos importantes e costumava estar um pouco preocupada”, afirmou Costanza, citada pelo New York Times.

Esther Salas foi a primeira mulher hispânica a desempenhar o cargo de juíza federal em Nova Jérsia. Foi nomeada em 2010 pelo Presidente Barack Obama, tendo a sua nomeação sido confirmado pelo Senado no ano seguinte.

Num dos casos mais mediáticos, a juíza condenou as celebridades Teresa e Joe Giudice, do programa televisivo Real Housewives of New Jersey, em 2014, a penas de prisão pelos crimes de fraude e evasão fiscal. Acabaria por aliviar as sentenças, para que o casal pudesse tomar conta dos quatro filhos.

O senador democrata de Nova Jérsia, Robert Menendez, que recomendou Esther Salas para juíza federal, emitiu um comunicado a mostrar solidariedade com a família e a desejar que o culpado seja rapidamente identificado.

“Eu conhecia a juíza Salas e o seu marido bastante bem e tenho muito orgulho por a ter recomendado ao Presidente Obama”, afirmou Menendez em comunicado. “As minhas orações estão com a juíza Salas e com a sua família, e espero que os responsáveis por este acto horroroso sejam levados à justiça”, rematou.

 Já o governador de Nova Jérsia, o democrata Phil Murphy, recorreu ao Twitter para demonstrar solidariedade: “A juíza Salas e a sua família estão no nosso pensamento neste momento, enquanto lidam com este acto sem sentido.”

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