Uma viagem ao “Bolhão velho”, aquele que “ainda estava entregue aos portuenses”

©Filipe P. Neto
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©Filipe P. Neto

Se algo toca no nervo portuense é o debate em torno da reabilitação do Mercado do Bolhão. Se, por um lado, muitos desejavam ver o edifício modernizado e adaptado a um modelo comercial que foi tomando a cidade e dita "turismo primeiro" – foi mesmo equacionada a adaptação do Bolhão a um centro comercial, à semelhança do que aconteceu com o Mercado Bom Sucesso –, mais havia quem desejasse ver o Bolhão de cara lavada, apenas e só: reabilitado, sem perder a traça original e albergando os mesmos comerciantes que, durante décadas, lhe "emprestaram a alma" e conferiram personalidade.

As fotografias de Filipe P. Neto, realizadas entre 2010 e 2014, propõem uma viagem ao passado do Mercado do Bolhão. O edifício que vemos nas imagens não será o mesmo que iremos encontrar no momento em que reabrir as suas portas — numa data que Rui Moreira tem ainda dificuldade em prever. Existe a promessa de "ser respeitada a história do edifício" durante o processo de reabilitação, algo que o fotógrafo encara positivamente. "O Bolhão é um ícone da cidade do Porto", diz ao P3, em entrevista telefónica. "É, para os portuenses, como um velho parente cuja vida estava no limite. As obras de reabilitação eram necessárias para a saúde do edifício e a vida dos comerciantes." O Bolhão que Neto retratou é "o Bolhão velho, o Bolhão que estava entregue aos portuenses, e não aos turistas" – uma visão que não mais se repetiu. Em 2016, refere, "já era impossível enquadrá-lo sem a presença de turistas". Filipe deseja-nos, assim, boa viagem "ao Bolhão velho".

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