Câmara minúscula mostra o mundo da perspectiva de um insecto

Investigadores da Universidade de Washington desenvolveram uma câmara que cabe às costas de um insecto. Pesa cerca de 250 miligramas, um décimo de uma carta de um baralho.

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Um besouro pinacate explora o campus da Universidade de Washington com uma câmara às costas Mark Stone/Universidade de Washington

Sempre houve esta curiosidade: como será o mundo do ponto de vista de um insecto? Essa perspectiva é agora possível graças a uma equipa de investigadores da Universidade de Washington, que criou uma minúscula câmara sem fios orientável suficientemente pequena para ser colocada em cima de um insecto.

A equipa desenvolveu esta câmara de baixa potência inspirada no funcionamento dos próprios bichos. O dispositivo pode transmitir até cinco frames por segundo de imagens a preto e branco, de baixa resolução, que podem ser enviados por bluetooth para um smartphone.

A baixa resolução deve-se à necessidade de manter a câmara leve – pesa cerca de 250 miligramas, um décimo do peso de uma carta de um baralho – e com o mínimo dispêndio de energia possível. A câmara está ainda montada num braço mecânico que pode ser deslocado, à distância, através do smartphone, permitindo que sejam captadas imagens panorâmicas do ambiente com maior resolução.

O mecanismo foi desenvolvido tirando inspiração da visão dos próprios insectos.

“Tal como as câmaras, a visão dos animais requer muita potência”, explicou Sawyer Fuller, uma das autoras do projecto e professora na Universidade de Washington. “É menos significativo em criaturas maiores como os humanos, mas as moscas usam 10 a 20% da sua energia de repouso apenas para alimentar os seus cérebros, sendo a maioria da energia dedicada ao processamento visual. Para ajudar a reduzir estes gastos, algumas moscas têm uma região mais pequena e de alta resolução dos seus olhos compostos.”

A câmara foi para já experimentada em duas subespécies de besouros sem que os movimentos dos animais fossem afectados. O dispositivo tem também incluído um acelerómetro que permite detectar quando os insectos se movem e capturar imagens apenas durante esses períodos, prolongando a duração da bateria.

A equipa aproveitou ainda esta câmara minúscula para criar o robô terrestre autónomo mais pequeno do mundo com visão sem fios. Este robô do tamanho de um insecto utiliza vibrações para se mover.

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