PCP exige ao Governo esclarecimentos sobre surto em Reguengos de Monsaraz

Para os comunistas, verificou-se em Reguengos de Monsaraz uma “insuficiência de meios e medidas efectivas”.

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O partido liderado por Jerónimo de Sousa pediu medidas para “inverter a teoria do medo e instabilidade” LUSA/CARLOS BARROSO

O PCP exigiu esta sexta-feira ao Governo “respostas e esclarecimentos” sobre o surto de covid-19 no concelho de Reguengos de Monsaraz, distrito de Évora, e pediu medidas para “inverter a teoria do medo e instabilidade”.

Num comunicado intitulado “Governo precisa dizer o que ainda não foi dito”, a Direcção da Organização Regional de Évora (DOREV) do PCP considerou que “são ainda necessárias respostas, esclarecimentos e medidas que o Governo continua por dar”.

O concelho de Reguengos de Monsaraz regista o maior surto no Alentejo da doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, depois de ter sido detectado, em 18 de Junho, no lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS).

Segundo a mais recente actualização do boletim epidemiológico, divulgada pelo município, este concelho do distrito de Évora registava 17 mortos, 124 casos activos e 21 curados. Realçando que a região do Alentejo “passou a estar incluída numa lista “non grata” no país e no plano internacional”, o PCP defendeu que “é urgente que o Governo crie as condições para inverter a teoria do medo e instabilidade”.

Os comunistas sustentaram que “o Governo, desde logo, com as suas estruturas regionais, nomeadamente a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo e o Centro Distrital da Segurança Social, devem assumir “as suas necessárias responsabilidades”.

“Lamentavelmente, ao invés de estarem na linha da frente do esclarecimento e tomada de medidas céleres e eficazes, o que se verifica são tentativas de silêncio por parte dessas estruturas”, criticou o PCP de Évora.

Para os comunistas, verificou-se em Reguengos de Monsaraz uma “insuficiência de meios e medidas efectivas, atempadas e monitorizadas ao pormenor, quer por parte destas estruturas, quer pela instituição onde surgiu o foco de contágio”.

A ARS do Alentejo, o Conselho Distrital da Segurança Social e o presidente da FMIVPS, que é “igualmente presidente do município e da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC)”, sublinhou o partido, “conhecem bem todos os procedimentos que precisavam ser accionados” e “os meios e medidas” para a sua “vigilância e monitorização”.

O PCP lembrou que já colocou questões ao Governo sobre os planos de contingência nos lares do distrito de Évora e pediu mais esclarecimentos sobre o reforço de meios e de capacidade de resposta e a estratégia adoptada para salvaguardar as condições de prevenção e mitigação na população de Reguengos de Monsaraz, entre outros.

Portugal contabiliza pelo menos 1679 mortos associados à covid-19 em 47.765 casos confirmados de infecção, segundo o último boletim da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

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