Teletrabalho: portáteis para a função pública custam quatro milhões por ano

“Sempre defendi que não há trabalhadores da administração pública a mais”, vincou Alexandra Leitão, ministra da Administração Pública ao “podcast” do PS.

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daniel rocha

O Governo estima que sejam necessários “cerca de quatro milhões de euros” anualmente para que todos os funcionários públicos tenham um computador portátil do serviço para trabalharem a partir de casa, disse a ministra da Administração Pública, em entrevista divulgada esta quinta-feira.

“No teletrabalho [ao nível da administração pública], estimamos em cerca de quatro milhões de euros ao ano o valor necessário para que toda a gente tenha um portátil do serviço para poder ir trabalhar para casa”, disse Alexandra Leitão, em entrevista ao “podcast” “Política com Palavra”, do PS.

A ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública afirmou que muitos trabalhadores “já têm [portáteis do serviço], mas para que todos tenham” este é o valor que o Governo prevê ser necessário para a aquisição dos equipamentos.

A governante acrescentou que “há muita gente a querer” trabalhar em regime de teletrabalho, por “razões de conciliação pessoal” ou “por conforto”.

Para Alexandra Leitão, a pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus “trouxe uma grande noção do papel do Estado” e da “necessidade de o cidadão interagir mais facilmente” com este. A responsável pela Administração Pública admitiu ainda que é necessário “mais e melhor” Estado.

“Sempre defendi que o Estado que existia não era demais, como sempre defendi que não há trabalhadores da administração pública a mais”, vincou a governante ao “podcast” do PS.

A ministra reconheceu ainda que Portugal “vai viver uma situação difícil do ponto de vista económico” e isso “nunca é amigo de nenhuma reforma”. Contudo, retirar “rendimentos às pessoas não vai ser o caminho” para enfrentar esta crise, garantiu Alexandra Leitão.

“O caminho da valorização [dos funcionários da administração pública] é que pode ser um pouco mais lento do que tínhamos planeado”, explicitou a ministra.

Alexandra Leitão assinalou ainda que “não haverá congelamentos, nem perdas de rendimento”, mas as actualizações e os aumentos dos salários terão de ser ponderados “no quadro da discussão do próximo” Orçamento do Estado.

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