Cartas ao director

 Violência doméstica

Os episódios de violência doméstica sucedem-se, com o número de mulheres mortas ou seriamente feridas a aumentarem de forma preocupante ao longo dos últimos anos. Apesar dos esforços das autoridades, esta tendência mantém-se inalterada, podendo inclusivamente se agravar no período de desconfinamento. As vítimas deixam filhos órfãos de mãe, com graves sequelas psicológicas e um futuro comprometido, com traumas que irão perdurar por relações futuras. O modelo de prevenção deveria ser revisto com a introdução de campanhas de sensibilização nas escolas, incentivar a denúncia, implementar estratégias de fiscalização de potenciais vítimas e assegurar a sua protecção.  

João António do Poço Ramos, Póvoa de Varzim

O TGV de segunda categoria entre Lisboa e Porto

É este o título que o jornalista Carlos Cipriano dá ao seu artigo sobre as propostas de António Costa Silva para o sector ferroviário. Convém esclarecer que nas normas da UE há linhas de alta velocidade (acima de 250 km/h) e linhas de velocidade elevada (entre 200 e 250 km/h). Claro que estas linhas não são TGV de segunda categoria. Seria aliás sensato que se deixasse de usar a sigla francesa para comboio de alta velocidade (Train de Grand Vitesse). A Espanha, mais orgulhosa do que nós chama-lhe AVE (Alta velocidade Espanhola).

Mas Carlos Cipriano não refere que uma linha de alta velocidade só tem ajudas comunitárias se a linha for construída em bitola europeia, o que na Península Ibérica leva à existência de duas redes ferroviárias. Se a Espanha inventou intercambiadores que permitem a composições automotoras (como o Alfa) passar de uma rede a outra, já os comboios de máquina e carruagens e os comboios de mercadorias ficam reduzidos à rede actual.

É preferível ter uma linha do Norte modificada para velocidades máximas de 250 km/h nalguns troços, de velocidade mínima de 160 km/h noutros troços para que a viagem Lisboa-Porto se faça em cerca de duas horas e simultaneamente se sirvam cidades como Castelo Branco, Guarda, Braga e Viana do Castelo, do que ter a ligação Lisboa-Porto numa hora e deixar o resto do país na mesma.

Esta remodelação da Linha do Norte não é um remendo. É uma remodelação do principal eixo ferroviário do país. O “projecto” Costa Silva parece ignorar o Projecto Linha do Norte que ficou a meio, sem referir o que se aproveita ou não do que não foi construído.

Carlos Anjos Lisboa

     

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