João Laia e Valentinas Klimasauskas nomeados curadores da Trienal do Báltico em 2021

Curador português foi convidado pelo lituano, tendo ambos trabalhado na exposição Máscaras, actualmente patente na Galeria Municipal do Porto.

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João Laia Nuno Ferreira Santos

O curador português João Laia e o lituano Valentinas Klimasauskas foram nomeados curadores da 14.ª Trienal do Báltico, em 2021, anunciou esta terça-feira o Centro de Arte Contemporânea (CAC), em Vilnius, capital da Lituânia.

Criada em 1979 como evento dedicado à arte contemporânea, a Trienal do Báltico tem-se vindo a consolidar como exposição periódica de obras de jovens artistas desta região no norte da Europa.

Citado num comunicado sobre a decisão de nomear estes dois curadores para o evento, o director do CAC, Kestutis Kuizinas, comentou: “Nomear Klimasauskas partiu do entendimento de que a Trienal precisa de um curador que pode trazer uma rede internacional e uma profunda compreensão da cena local”.

Klimasauskas “decidiu convidar o curador português, baseado em Helsínquia, João Laia, para se lhe juntar e desenvolver um diálogo curatorial”. “Com esta alegria chega também uma responsabilidade acrescida à luz dos recentes eventos globais. Tendo em mente algumas das tendências autocráticas, nacionalistas, homofóbicas e neoliberais da região, pode-se começar a pensar em como os ventos políticos em mudança podem afectar as cenas artísticas da região, e, do mesmo modo, como a produção artística pode participar na urgente mudança”, afirmou Klimasauskas.

Por seu turno, o curador João Laia disse ter ficado “entusiasmado por trabalhar no contexto da Trienal do Báltico”. “Ao longo das décadas, a Trienal estabeleceu-se como uma plataforma poderosa para explorar a arte como uma ferramenta social e poética para abordar o mundo. Sinto-me honrado por fazer parte da sua história, e expectante por colaborar com Klimasauskas, a equipa do CAC, os artistas e todos os agentes que farão parte da próxima edição”, declarou.

Klimasauskas e Laia trabalharam na exposição Máscaras, patente na Galeria Municipal do Porto até 16 de Agosto de 2020.

Desde a sua criação, no final dos anos 1970, a Trienal do Báltico tem vindo a incorporar artistas de todas as geografias, tendo-se tornado a mais importante exposição internacional no norte da Europa, e um dos mais relevantes eventos de arte contemporânea do mundo. O evento também tem sido marcado por expressar atitudes não conformistas em matérias políticas e sociais manifestadas na arte das suas exposições.

João Laia é curador-chefe de exposições no Kiasma - Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Helsínquia, desde Junho de 2019. Em Portugal, Laia, de 38 anos, com formação em ciências sociais e estudos cinematográficos, colaborou com instituições como o Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), o Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, o Torreão Nascente da Cordoaria Nacional - Galerias Municipais de Lisboa, a Galeria Zé dos Bois, a Galeria Francisco Fino, a Galeria Municipal do Porto e a Colecção António Cachola.

Valentinas Klimasauskas foi, com Inga Lace, curador do Pavilhão da Letónia na Bienal de Veneza (2019), trabalhou como director de programa no Centro de Arte Contemporânea, em Riga (2017/18), e curador do CAC, em Vilnius (2003/13).

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