Exame de Geografia A: prova foi “acessível e equilibrada”, dizem professores

Apesar de acessível, suportes gráficos e formulação das hipóteses propostas necessitavam de “uma leitura e análise muito atentas”, afirma também a Associação de Professores de Geografia.

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Cerca de 13.500 alunos fizeram nesta segunda-feira do exame de Geografia A do 11.º ano Paulo Pimenta

A Associação de Professores de Geografia (APG) considera que o exame nacional da disciplina realizado nesta segunda-feira foi “acessível e equilibrado, embora careça de uma leitura e análise muito atentas tantos dos suportes gráficos, como das hipóteses apresentadas”, indicou ao PÚBLICO a sua presidente, Ana Cristina Câmara.

O exame de Geografia A do 11.º ano foi realizado por 13.445 alunos. Estavam inscritos 16.129 para esta prova. Em 2019 eram 24.889, uma quebra que reflecte o facto de este ano os exames apenas contarem como provas de ingresso para o ensino superior, não contribuindo como costuma ser norma para a média final do ensino secundário. Alunos ouvidos pela SIC também apresentaram a prova como tendo sido “acessível”.

No conjunto, o exame desta segunda-feira tinha 28 itens, que valem no total 200 pontos. A pontuação de cinco destes itens conta obrigatoriamente para a nota final e dos restantes 23 serão apurados apenas os 17 cujas respostas obtenham melhor classificação. Esta foi a forma como o Instituto de Avaliação Educativa (Iave, responsável pela elaboração e classificação dos exames) tentou assegurar a “equidade” na realização dos exames, num ano em que as escolas estiveram fechadas mais de dois meses devido à pandemia da covid-19.

Ana Cristina Câmara refere que a associação concorda com os cinco itens que foram escolhidos para contarem obrigatoriamente para a nota, embora tivesse preferido que pelo menos um deles fosse de resposta extensa “para não quebrar tanto o histórico da prova no que respeita à sua tipologia”. Todos os cinco itens eram de resposta curta, sendo dois deles de escolha múltipla, e todos se centravam em suportes gráficos reproduzidos na prova (mapas e gráficos). A presidente da APG frisa, a propósito, que para responder a estes itens “não bastava uma análise cuidada dos suportes, sendo necessário mobilização e conhecimentos”.

No total, os itens que contam para a nota final somam 47 pontos (três valem nove pontos e dois estão cotados em 10 pontos). Todos os outros itens valem nove pontos cada. A presidente da SPG adianta que “toda a prova está de acordo com os documentos de referência em vigor”, “existe um equilibro dos conteúdos leccionados no 10.º e no 11.º ano”, “mas acaba por valorizar mais a Geografia Humana do que a Geografia Física”, componentes que são também abordadas nos dois anos.

“A única crítica que temos é a que fazemos todos os anos por considerarmos que as provas deviam conter um pouco mais da realidade nacional, nomeadamente no que respeita aos Açores e à Madeira, porque seria um contributo para o conhecimento e valorização do território”, aponta a presidente da APG, especificando que geralmente sai apenas um item sobre uma das regiões autónomas. No exame deste ano calhou a vez à Madeira.

A 1.ª fase dos exames nacionais termina no próximo dia 23, faltando ainda realizar duas das provas mais concorridas: Matemática A do 12.º ano (marcada para dia 15) e Biologia e Geologia do 11.º ano (agendada para dia 17).

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