Líder do CDS pede “tolerância zero à marginalidade” com “mais autoridade” para a polícia

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O líder do CDS foi tomar o pequeno-almoço com representantes dos comerciantes da Baixa de Lisboa LUSA/MÁRIO CRUZ

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, pediu nesta segunda-feira ao Governo que tenha “tolerância zero à marginalidade”, num comentário ao desacato de sábado na praia do Tamariz, defendendo “mais autoridade” para as forças de segurança. No sábado, dois jovens ficaram feridos devido a uma rixa que envolveu dezenas de pessoas na praia do Tamariz, no Estoril, distrito de Lisboa.

“Tem que haver tolerância zero à marginalidade em Portugal, sob pena de o nosso país ser tomado de assalto por um conjunto de arruaceiros e gente que quer viver à margem da lei”, afirmou o líder democrata-cristão num comentário a este episódio.

De acordo com Francisco Rodrigues dos Santos, “o Governo de Portugal tem de ser absolutamente firme na resposta que dá a este tipo de comportamentos, porque é inaceitável que as ruas e as praias sejam tomadas de assalto por um conjunto de gangues e que os portugueses cumpridores e decentes estejam reféns nas suas casas” devido à pandemia de covid-19.

O presidente do CDS, acompanhado por vários dirigentes e autarcas do partido, reuniu-se com um representante dos comerciantes da Baixa de Lisboa e falou num recuo de “cerca de 10 anos ao nível da segurança pública” na capital. Em declarações aos jornalistas no final do encontro desta manhã, Rodrigues dos Santos defendeu que “tem que haver um sentimento de que há tolerância zero a comportamentos de marginalidade que impeçam que Portugal seja tomado de assalto por um conjunto de arruaceiros”.

Na sua óptica, este problema resolve-se dando “mais autoridade às forças de segurança” e através de “uma renovação da sua respeitabilidade”. “Isto passa naturalmente por dar uma resposta firme e contundente a este tipo de comportamentos, para que haja uma manutenção da ordem pública”, o que seria possível com “mais efectivos, mais policiamento, e agravamento das molduras penais para quem infringe as normas durante o estado de calamidade, nomeadamente as de saúde pública e segurança”.

Francisco Rodrigues dos Santos realçou ainda a necessidade de uma “autonomização dos crimes praticados contra agentes das autoridade, de modo a que as suas ordens sejam acatadas, que não haja desobediências e que os polícias não tenham receio de intervir para dissuadir comportamentos desta natureza”.

No início do mês, o CDS agendou um debate sobre a temática dos crimes contra polícias, e viu chumbados os projectos que visavam agravar as molduras penais para quem cometesse estes actos.

No final da reunião de hoje, o líder centrista criticou a postura da Câmara Municipal de Lisboa para com o comércio local, apontando que só tem dado “meras migalhas” aos pequenos empresários que estão a sentir os efeitos económicos da pandemia de covid-19. De acordo com Rodrigues dos Santos, a autarquia liderada pelo socialista Fernando Medina tem demonstrado “inoperância e total vazio de plano operacional e de estratégia” nesta área.

Também André Ventura, deputado do Chega, comentou os desacatos na Praia do Tamariz. Na sua conta oficial do Twitter, Ventura escreveu que “com o Chega, o Tamariz e outros locais afins ficarão limpinhos, limpinhos! Não haverá sequer hesitação na poderosíssima resposta policial”. Numa mensagem anterior, o deputado escrevera: “Estes pequenos monstros não sabem viver em sociedade. O Chega será intransigente na defesa da lei e da ordem. É isso que falta em Portugal.”

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