Jerónimo de Sousa reclama verdadeiro programa de desenvolvimento do país

Líder comunista participou na Festa de Verão do Partido na Foz do Arelho, no concelho das Caldas da Rainha.

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Jerónimo de Sousa esteve na Festa de Verão Na Foz do Arelho, no concelho das Caldas da Rainha LUSA/CARLOS BARROSO

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou neste domingo que Portugal precisa de pôr em marcha um verdadeiro programa de desenvolvimento que não esqueça as lições da pandemia, ainda que esta não explique todos os problemas do país.

“Sabemos que muitos dos problemas que o país enfrenta não são de hoje e que a covid-19 não explica tudo”, afirmou Jerónimo de Sousa, aludindo aos “problemas estruturais acumulados por décadas e décadas de política de direita” que “o vírus expôs de forma mais crua”.

Daí a necessidade de “Portugal pôr em marcha um verdadeiro programa de desenvolvimento do país”, elaborado “sem esquecer as grandes lições que se retiram da actual situação” e com enfoque na importância “do papel dos trabalhadores”, dos “serviços públicos”, da “produção nacional” e de ter “os sectores estratégicos nas mãos do país”, acrescentou.

Na Foz do Arelho, no concelho das Caldas da Rainha, onde discursou perante cerca de uma centena de militantes e simpatizantes que participaram na tradicional Festa de Verão, Jerónimo de Sousa vincou a necessidade de modernização das actividades económicas, de “recuperar para o país o que nunca devia ter sido privatizado”, e construir infra-estruturas e recuperar serviços essenciais. 

Considerando que o Orçamento Suplementar (aprovado com o voto contra do PCP) trouxe "injustiça e retrocesso”, o líder dos comunistas reafirmou que as propostas do partido para o próximo Orçamento do Estado (OE) vão incidir no fortalecimento do Serviço Nacional de Saúde e da segurança social, numa justa política fiscal, no combate à precariedade e na luta pelos direitos dos trabalhadores.

A preparar o XXI congresso do partido, que decorrerá entre 27 e 29 de Novembro, sob o lema “Organizar, Lutar, Avançar-Democracia e Socialismo”, Jerónimo de Sousa apelou à participação política dos militantes. “Temos muito trabalho pela frente, que exige ter um partido a funcionar e a intervir a todos os níveis”, afirmou o secretário-geral, aludindo à preparação da Festa do Avante!, das eleições presidenciais e da acção junto dos trabalhadores e das empresas.

No dia anterior, antes de assistir a um espectáculo no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, Jerónimo de Sousa já havia assumido que o reforço da produção nacional e a valorização do trabalho vão ser duas prioridades dos comunistas nas conversas com o Governo sobre o Orçamento do Estado para 2021, que começam esta semana. "É com esta disposição, estas propostas, no essencial, que iremos para o debate com o Governo”, disse apenas o líder do PCP, reconhecendo que, até ao momento, ainda não houve nenhum contacto do partido com o novo ministro das Finanças.

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