Imigrantes mais vulneráveis: são um quarto dos infectados em Lisboa e 16% no Porto

Números mostram a vulnerabilidade dos imigrantes à covid-19, dados foram apresentados na reunião no Infarmed.

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No distrito do Porto a maior percentagem, entre a população não portuguesa, situa-se nos 9,4 e refere-se à América Paulo Pimenta

No universo total de infectados com covid-19, a percentagem de imigrantes no distrito de Lisboa é de 23,4%, enquanto no distrito do Porto é de 15,7%.

Os números, aos quais o PÚBLICO teve acesso, referem-se ao período compreendido entre 1 de Junho e 5 de Julho e foram apresentados na quarta-feira no Infarmed, na reunião entre especialistas e políticos.  

De acordo com os dados apresentados, a população de nacionalidade portuguesa, no distrito de Lisboa, representa 93,1%, enquanto a não portuguesa se situa nos 6,9%. Já os casos de covid-19, no universo total de casos registados, representam 76,6% no que se refere a pessoas de nacionalidade portuguesa e 23,4% no que se refere a imigrantes. O documento especifica os dados por Europa, África, América e Ásia e, no caso do distrito de Lisboa, a maior percentagem, entre a população não portuguesa, é a referente a África (13,9%). 

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No caso do distrito do Porto, a percentagem da população de nacionalidade portuguesa é de 98,7% e a não portuguesa de 1,3%. Os casos de covid-19, no universo total de casos registados, representam 84,3% no que se refere às pessoas de nacionalidade portuguesa e 15,7% no que toca à população não portuguesa. No caso do distrito do Porto, a maior percentagem, entre a população não portuguesa, situa-se nos 9,4% e refere-se à América.

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Sobre o documento apresentado, que mereceu a atenção do próprio Presidente da República, um dos participantes na reunião no Infarmed dizia, no fim, ao PÚBLICO que se estava perante pessoas cujas condições socioeconómicas são muito mais vulneráveis, trabalhadores imigrantes que têm mesmo de ir trabalhar para garantir rendimento e trabalho.

Surtos como o identificado na Azambuja entre trabalhadores de empresas de trabalho temporário podem ajudar a compreender esta realidade, assim como as condições em que se deslocam para o trabalho ou mesmo problemas existentes na coabitação.

Aliás, na reunião de quarta-feira no Infarmed, a questão da sobrelotação de alojamentos, com a coabitação de famílias no mesmo espaço, também terá sido referida como realidade que deve merecer atenção.

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