Bicicletas da rede Gira vão ser gratuitas “a título experimental”

Câmara aprovou uma proposta do PCP para alargar a rede Gira e fazer obras em ciclovias e também aprovou proposta do PSD para se dar prioridade à zona ocidental da cidade.

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Sebastião Almeida

A Câmara de Lisboa aprovou esta quinta-feira uma proposta do PCP para tornar gratuita a utilização das bicicletas da rede Gira. A medida funcionará “a título experimental” e recorrendo a “passes mensais com disponibilidade de horas”, destinados aos habitantes, estudantes e trabalhadores da cidade. 

​Também esta quinta foi aprovada uma proposta do PSD para que as freguesias de Campolide, Campo de Ourique, Alcântara, Ajuda e Belém sejam as principais contempladas com a colocação de novas estações Gira, por forma a combater os “graves problemas de acessibilidade​” de que sofre aquela zona de Lisboa.

Depois de ter cancelado o contrato com a Órbita no ano passado, a EMEL, empresa municipal que gere a rede Gira, lançou este ano um concurso para a aquisição de 1500 bicicletas com vista à expansão do sistema. A operação tem sido marcada por fortes atrasos, mas o executivo crê que esta injecção de veículos permitirá alargar a rede a toda a cidade. Se tudo correr como previsto, as primeiras bicicletas deverão estar ao serviço no fim deste ano ou no início do próximo.

Na reunião desta quinta foi discutida e aprovada a proposta do vereador da Mobilidade, Miguel Gaspar, para a criação de um fundo de apoio à aquisição de bicicletas com três milhões de euros. Os vereadores comunistas João Ferreira e Ana Jara, considerando que a ideia socialista podia traduzir-se em “maiores desigualdades entre lisboetas” por haver uma “ausência de critérios de atribuição do apoio”, sugeriu o alargamento das Gira e a sua gratuitidade.

A proposta também prevê a melhoria e reparação das ciclovias, através, por exemplo de um “reforço da sinalização vertical e horizontal, inclusive nas vias partilhadas”. Além disso, a bancada comunista propõe a criação de mais zonas de estacionamento para bicicletas, bem como linhas de apoio ao financiamento da reparação de “bicicletas usadas para particulares”, e o reforço de projectos de ensino do uso da bicicleta às crianças e aos mais velhos (um desenvolvimento do programa “Lisboa sem Rodinhas”).

Argumentando também que “nem todos os cidadãos têm condições económicas para aceder ao Programa de Apoio à Aquisição de Bicicletas”, uma vez que ele apenas contempla os veículos eléctricos e estes ainda são bastante caros, os vereadores do PSD Teresa Leal Coelho e João Pedro Costa defenderam que a situação é particularmente mais grave na zona ocidental da cidade, sem estações de metro e “carreiras da Carris que muitas vezes não são suficientes ou têm muitas limitações de horários​​.

Os sociais-democratas propuseram, e viram a ideia aprovada, que sejam criadas estações Gira naquela zona ​o mais rapidamente possível, de forma a melhor servir as populações, garantindo as condições de saúde, segurança e sustentabilidade económica na mobilidade urbana”.

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