FC Porto sofre, discute e festeja. E está à espera do Benfica

O jogo dos “dragões” não foi de encher o olho, mas as bolas paradas de Alex Telles voltaram a decidir e desbloquear uma partida. E ter Telles a bater livres e cantos é estar sempre perto de vencer.

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A festa dos jogadores do FC Porto após um dos golos marcados em Tondela LUSA/PAULO NOVAIS

Uma vitória frente ao Sporting, na próxima jornada, ou até, antes disso, uma derrota ou empate do Benfica frente ao V. Guimarães. É isto que falta ao FC Porto para ser campeão nacional, chegando ao 29.º campeonato da história. Nesta quinta-feira, em Tondela, os portistas tiveram um jogo que começou por ser difícil, chegou a parecer fácil e tornou-se novamente difícil. E venceram por 1-3, mas não se livraram de problemas internos com Marega para os próximos dias. Já lá vamos.

Para este jogo, a claque Super Dragões alugou quartos num hotel paredes-meias com o Estádio João Cardoso. Nas varandas da unidade hoteleira, os adeptos fizeram ouvir-se durante o jogo. E foi perante os cânticos que a equipa de Sérgio Conceição entrou em campo com vontade de “desbloquear” a partida cedo. Com intensidade e movimento, os “dragões” fizeram, nos primeiros dez minutos, ataques pela direita, pela esquerda e pelo centro (quer entre linhas quer em profundidade).

Otávio e Corona começaram a partida a dar soluções em zonas interiores e os laterais, sobretudo Manafá, foram “activados” várias vezes, bem como um par de apoios frontais de Marega posteriormente mal definidos. A entrada em jogo foi boa, com os predicados necessários e o FC Porto chegou mesmo a estar perto do golo, quando um cruzamento de Corona, de pé esquerdo (algo que, num mexicano ambidestro, é apenas um pormenor), permitiu a Marega cabecear para uma grande defesa de Niasse. E pouco mais se passou, com a partida a ter mais luta e passes falhados do que bons momentos, até pelo “adormecimento” de Corona e Otávio.

Na segunda parte deu-se uma trama clássica. Alguém “desbloqueia” a partida de bola parada, quem sofreu o golo tem de esticar-se no campo e, no contra-ataque, a equipa que já estava em vantagem faz o 2-0. Algo já muito visto. Tudo isto se passou com o canto de Telles na direita e a má saída de Niasse, que convidou ao cabeceamento de Danilo, aos 47’.

A partir daqui houve mais espaço e o FC Porto conseguiu algumas saídas rápidas. Aos 64’, Marega recuperou a bola no seu meio-campo e não mais parou de correr. E fez bem. Corona viu a sagacidade do maliano e lançou-o em profundidade. E Marega, isolado, fez o 13.º golo na temporada.

As alterações de Conceição não trouxeram nada de bom ao FC Porto e a equipa amoleceu, permitindo ao Tondela algumas saídas. Numa delas, aos 74’, Uribe fez penálti e Ronan converteu. A equipa portista ficou claramente nervosa, com muitos erros técnicos e com várias faltas cometidas.

Depois de Luís Diaz falhar um golo feito aos 83’, Strkalj falhou isolado perante Marchesín, aos 87’. O FC Porto tentou ganhar algum tempo e quebrar o ritmo do jogo, mas até acabou por “matar” a partida aos 90+4’, num penálti convertido pelo jovem Fábio Vieira. Mas o cenário não foi simples.

Marega queria bater o pontapé, mas Conceição discordou. O maliano não gostou e chutou a bola para longe, mas não ficou por aqui. Recusou-se a festejar com os companheiros e esteve o restante jogo parado, sem participar na partida.

No que diz respeito ao futebol, o jogo dos “dragões” não foi de encher o olho, mas as bolas paradas de Alex Telles voltaram a decidir e desbloquear uma partida. E ter Telles a bater livres e cantos é estar sempre perto de vencer.

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