“Sobrecarga” em escolas da região de Lisboa leva municípios a escrever ao ministério

Grupo de Trabalho Metropolitano da Educação vai enviar uma missiva ao Ministério da Educação com os desafios que as escolas enfrentarão no próximo ano lectivo por causa da pandemia.

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Número de alunos nas escolas e medidas de higienização são apenas algumas das preocupações com o próximo ano Daniel Rocha

No fim de um ano lectivo que consideram ter sido “duro”, os responsáveis do Grupo de Trabalho Metropolitano da Educação estão de olhos postos na preparação do próximo ano escolar. Por isso, vereadores e outros dirigentes dos municípios da região de Lisboa decidiram enviar uma carta ao Ministério da Educação no sentido de acautelar a resolução de problemas como o excesso de alunos nas turmas, o financiamento das medidas de higienização e o apetrechamento das salas com meios tecnológicos, de forma a garantir o ensino presencial e à distância, caso essa opção se concretize.

Se se concretizar, será “o grande desafio que o sistema educativo terá pela frente”, lê-se num comunicado enviado nesta terça-feira às redacções pelo gabinete de imprensa da Área Metropolitana de Lisboa (AML).

Na missiva, e tendo em conta as preocupações levantadas neste contexto de pandemia, alerta-se para a “especificidade da situação das escolas da área metropolitana de Lisboa, onde existe, por norma, sobrecarga de alunos”.

Mas não só: é preciso acautelar também, defendem os responsáveis deste grupo, “o financiamento das medidas de higienização suplementares e a criação de uma plataforma que auxilie professores, alunos e encarregados de educação na transição para uma fase de maior digitalização”. O funcionamento dos transportes escolares também foi abordado no encontro.

Embora esperando que haja condições para que o ensino seja presencial, os responsáveis que estiveram na reunião, realizada por videoconferência na segunda-feira, querem ter também preparadas respostas caso o modelo seja misto: “Caso o funcionamento misto – presencial e à distância – seja uma realidade em 2020/21, o grande desafio que o sistema educativo terá pela frente, na óptica dos municípios, passará por apetrechar salas com meios tecnológicos para que as aulas possam ser transmitidas, em tempo real, aos alunos que estão em casa e, simultaneamente, arranjar mecanismos de apoio a quem assiste às aulas à distância”, lê-se na nota de imprensa sobre a reunião deste grupo, coordenado pelo secretário metropolitano, João Pedro Domingues, na qual participaram vereadores e dirigentes dos municípios da área metropolitana de Lisboa.

O Ministério da Educação já fez saber que a regra no próximo ano lectivo deverá ser a de que os alunos de todos os níveis de ensino regressam à escola, de forma presencial. Porém, como não é possível prever a evolução da pandemia, o Governo esboçou outros planos.

Há um “Plano B” que passa por um modelo misto — os alunos “alternam aulas presenciais, sessões síncronas à distância e trabalho autónomo orientado”. E existe ainda um “Plano C” — um modelo não-presencial, em moldes semelhantes ao que foi adoptado para muitos alunos numa parte do ano escolar que agora terminou. Estas são apenas algumas das orientações que a equipa da Educação, liderada pelo ministro Tiago Brandão Rodrigues, já enviou às escolas, sobre o próximo ano lectivo.

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