Sindicato denuncia “violação escandalosa” da lei da greve na Linha do Sado

Garantindo que a direcção do sindicato “vai apresentar denúncia a todas entidades competentes”, o SFRCI assegura que “os trabalhadores da CP vão continuar a lutar pelos seus direitos”.

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paulo pimenta

O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) acusou nesta terça-feira a CP de “violação escandalosa do direito à greve” ao deslocar um trabalhador do Rossio para a Linha do Sado durante a greve parcial dos funcionários desta linha.

“Hoje, dia 07 de Julho, segundo dia de greve, os trabalhadores foram surpreendidos pela decisão da empresa em colocar um trabalhador pertencente ao local de trabalho do Rossio, violando grosseiramente o direito legítimo à greve em curso, a realizar comboios na Linha do Sado no período e restantes dias de greve”, acusa o sindicato em comunicado.

A agência Lusa tentou obter um comentário por parte da CP, o que não foi possível até ao momento.

Os trabalhadores comerciais da Linha do Sado (entre o Barreiro e Praias do Sado-A) cumprem esta semana uma greve parcial, entre as 05:00 e as 08:00, contra a gestão operacional da CP, que dizem colocar trabalhadores “em trabalho extraordinário excessivo”, e exigindo a reposição total da oferta de comboios a nível nacional.

O SFRCI diz ainda que os trabalhadores estão contra a proposta de regulamento de carreira apresentada pela CP, que “extingue as categorias profissionais de operação de revisão e venda e operação venda e controlo e os técnicos comerciais”.

Apontando uma “taxa de adesão maciça”, na ordem dos 90%, no primeiro dia da paralisação, o sindicato acusa também a CP de ter violado a decisão do tribunal arbitral “que obrigava a empresa a indicar os quatro comboios de serviços mínimos que iria realizar”.

A estrutura sindical diz não ter, “até ao dia de hoje, recebido qualquer indicação” a este propósito, o que “impediu o sindicato de designar os trabalhadores que ficariam adstritos à prestação dos serviços mínimos definidos”.

“Os trabalhadores em greve têm cumprido escrupulosamente com a decisão do tribunal arbitral referente aos serviços mínimos e são agora confrontados com uma clara violação do direito à greve e com uma decisão do Conselho de Administração da CP fora da lei”, sustenta o SFRCI.

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