PSD diz que atrasos de pagamentos aos bombeiros são “uma verdadeira vergonha para o país”

Deputados sociais-democratas questionam ministro da Administração Interna pela falta de pagamentos relativa ao mês de Junho.

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Governo tem pagamentos em atraso aos bombeiros Daniel Rocha

O PSD considerou nesta segunda-feira “uma verdadeira vergonha para o país” e “um tremendo desrespeito pelos homens e mulheres que arriscam a própria vida para proteger os seus concidadãos” o atraso nos pagamentos relativos ao mês de Junho aos bombeiros que integram Dispositivo Especial de Combates aos Incêndios Rurais (DECIR).

Segundo o PÚBLICO revelou nesta segunda-feira, a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) está sem dinheiro para cumprir as suas obrigações, nomeadamente pagamento de salários aos bombeiros que operam no âmbito do DECIR.

Num conjunto de perguntas que o grupo parlamentar do PSD enviou ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, os deputados sociais-democratas começam por lembrar que esta situação já se verificou no ano passado, apesar de o Governo o ter desmentido.

“A missiva enviada pela ANECP aos diferentes comandantes, e hoje revelada, confessa algo que o PSD tem sempre repetido: os valores atribuídos à Autoridade são sempre inferiores às despesas contratadas com os bombeiros, o que leva a dívidas astronómicas que perfazem um défice constante entre o Governo e os bombeiros de cerca de 30 milhões de euros”, lembram os parlamentares no texto que tem como primeiro subscritor o deputado Duarte Marques.

Dizem ainda “é grave" e que, “numa época de grande risco como esta, e sendo dívidas a cada bombeiro e não à respectiva corporação”, o atraso de pagamentos “é menos admissível”. “Isto seria o equivalente aos médicos e enfermeiros terem salários em atraso em pleno período de combate à pandemia.”

“Mais uma vez, o Governo, e em particular os ministros da Administração Interna e das Finanças, revela um total desrespeito pelos bombeiros, incompetência no planeamento e incapaz de assumir as suas responsabilidades, protegendo-se por detrás da máquina administrativa”, salientam.

Por isso, perguntam “qual a justificação para uma despesa prevista desde o início do ano, como os honorários dos bombeiros envolvidos no DECIR2020, não estar disponível na ANEPC de modo a que esta cumpra as obrigações no mês de Junho

Questionam ainda “como justifica o Governo que o orçamento disponível para a ANEPC nos últimos anos seja sempre inferior às necessidades assumidas”.

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