Luís Costa Macedo tanto porfiou, que alcançou

Sagra-se finalmente campeão nacional mid-amateur em Royal Óbidos; Lara Vieira vence em senhoras

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Luís Costa Macedo durante a volta decisiva no campo de Royal Óbidos © Filipe Guerra/GolfTattoo/FPG

Para Luís Costa Macedo foi um dos momentos mais felizes da sua carreira desportiva amadora, pois nunca tinha vencido nenhum campeonato nacional individual, apesar de ter sempre sido um dos melhores da sua geração. 

Lara Vieira, pelo contrário, está habituada à ribalta. Em 2002 foi a melhor amadora portuguesa, vencendo nesse ano o Campeonato Nacional Absoluto e a Taça da FPG BPI, e em 2016 já se tinha imposto neste Campeonato Nacional de Mid-Amateur BPI, mas no Quinta do Peru Golf & Country Club, em Azeitão.

Os campeões e os vice-campeões: Luís Costa Macedo, Lara Vieira, Marta Lampreia e J.M. Cazal-Ribeiro © Filipe Guerra/GolfTattoo /FPG 

O escalão de Mid-Amateur refere-se a maiores de 30 anos e apresenta grande competitividade, com a presença de vários jogadores que há poucos anos discutiam entre si os títulos de campeões nacionais absolutos e que ainda hoje disputam o título nacional de clubes. 

Essa competitividade é maior no torneio masculino, que contou com 102 jogadores e foi decidido por uma única pancada, com Luís Costa Macedo a triunfar com um total de 143, 1 abaixo do Par, após voltas de 74 e 69. 

José Maria Cazal Ribeiro, campeão nacional absoluto em 2000 e campeão nacional neste escalão de Mid-Amateur em 2017 e 2018, totalizou só mais uma pancada do que o seu companheiro do Lisbon Sports Club, com voltas de 74 e 70. 

E não se pense que foi um título decidido a dois, pois o 3.º classificado, Pedro Sampaio Lima, do Vidago Palace Golf Course, só ficou a duas pancadas do campeão, apresentando cartões de 75 e 70. 

Estes foram os únicos três jogadores a serem capazes de fazer voltas abaixo do Par-72 do desenho do mítico e saudoso Seve Ballesteros em Óbidos, num dia de sol, com vento, mas que amanheceu com nevoeiro, forçando a um atraso de menos de uma hora. 

 Luís Costa Macedo com José Maria Cazal-Ribeiro © Filipe Guerra/GolfTattoo/FPG

No torneio feminino nenhuma das sete participantes fez qualquer volta abaixo do Par, mas Lara Vieira assinou um bom cartão de 76 pancadas (+4) no primeiro dia de prova, que deu-lhe logo uma vantagem de 5 ‘shots’. A jogadora do Club de Golf do Santo da Serra (Madeira) manteve hoje essa margem de segurança com um “score” de 80, para um agregado de 156 (+12). 

Membro da Direção da FPG, Lara Vieira ganhou com 5 pancadas de vantagem sobre Marta Lampreia (81+80), do Club de Golf do Estoril. Foi o segundo ano seguido de Marta Lampreia como vice-campeã nacional no escalão. 

Lara Vieira © Filipe Guerra/GolfTattoo/FPG

Lara Vieira lidera destacada a “Road to Troia”, o ranking do novo circuito de Mid-Amateur da FPG, pois também tinha sido a melhor do 1.º Torneio do, a 7 e 8 de março, na Quinta do Peru, mesmo antes do confinamento obrigatório. 

Já na classificação masculina, José Maria Cazal Ribeiro mantém-se como n.º1, pois venceu na Quinta do Peru e foi agora vice-campeão em Royal Óbidos, mas Luís Costa Macedo, que tinha sido 7.º na etapa anterior, está a aproximar-se.  

A próxima etapa do Circuito de Mid-Amateur da FPG será o 2.º Torneio, a 1 e 2 de agosto, no Penina Hotel & Golf Resort.  

DECLARAÇÕES DOS CAMPEÕES DE 2020: 

Lara Vieira (Clube de Golf do Santo da Serra) 

“Continuo competitiva e já tinha saudades de jogar. Claro que sabe bem voltar a ser campeã nacional, até porque o último título já datava de 2016 e nos últimos anos não tinha podido jogar esta prova. 

“Fruto das circunstâncias, procurei durante o período de confinamento ir fazendo uns swings num tapete em casa e joguei mesmo bem na primeira volta deste torneio. Na segunda volta, a de hoje, admito que já estava cansada porque Royal Óbidos é um campo fisicamente exigente, com transições entre buracos que custaram a todas. O duplo-bogey com que acabei hoje no 18 foi um pouco fruto disso. 

“Estou muito entusiasmada com este novo circuito da FPG para os mid-amateur e vamos ver agora como irá correr no Penina. Neste torneio poderíamos ter tido mais algumas participantes, mas temos de compreender que este é um escalão etário em que muitas jogadoras têm filhos ainda pequenos e não é fácil. Estamos, contudo, a mobilizar-nos e vejo que há interesse. 

“Senti-me muito segura. Em primeiro porque o golfe já tem naturalmente a distância social necessária, e depois porque a FPG teve um grande cuidado em cumprir todos os procedimentos de saúde e segurança”. 

Luís Costa Macedo (Lisbon Sports Club) 

“É o meu primeiro título de campeão nacional a nível individual e, sinceramente, sem falsas modéstias, já merecia, sobretudo por ser a minha sétima participação neste torneio e ter ficado algumas vezes perto. Finalmente caiu para o meu lado. 

“Muito mais gozo do que ter batido o José Maria, que me superou por duas vezes nesta prova, ou o Pedro, que também jogou muito bem, foi o gozo de ter terminado o torneio abaixo do Par. Hoje fizemos os três uma grande “joga”, foi taco a taco e o 69 foi uma das minhas melhores voltas de sempre, mas, curiosamente, sem ansiedade, sem sofrimento, a jogar de forma descontraída. 

“Sabia que estava prestes a ter um bom resultado e que só precisava de meter bons putts. Tinha de ser capaz de fazer menos de 34 putts por volta. Então, durante a semana treinei um pouco o putt e deu resultado, hoje fiz menos de 34 putts. 

“É verdade que quando fiz o bogey no buraco 17 fui para o último buraco só com uma pancada de vantagem e fui a pensar que o Par poderia ser suficiente, mas nunca garantido, pois o Zé Maria é um grande jogador e poderia dar a volta. O meu drive foi à direita, ao rough, foi toda a semana assim, mas depois joguei para a frente e cheguei ao green em três pancadas. Tinha dois putts para Par e consegui, mas confesso que antes do primeiro putt, muito longo, veio-me uma lágrima. Veio-me à cabeça que esta era a oportunidade de ser pela primeira vez campeão nacional e não iria deixá-la fugir. Fiz um bom primeiro putt e deixei a bola a menos de um metro, mas foram muitas emoções. 

“Senti-me completamente seguro e nunca coloquei em questão qualquer procedimento da FPG. Senti que as pessoas queriam conviver, tinham saudades de estar umas com as outras, mas todos compreenderam que não podia ser e nunca vi ninguém colocar fosse o que fosse em causa. Todos cumpriram”.

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