Os valores sumiram
A saga da TAP é um bom exemplo da promiscuidade de interesses, da fraqueza negocial de Portugal e da debilidade das instituições com a missão de fiscalizar e avaliar.
Classicamente, a ideia era “cherchez la femme”. Hoje, já não é assim. Mesmo nos casos em que se sabe que “la femme” anda por ali, essa não é a questão. O verdadeiro problema é “onde está o dinheiro?”. Assim mesmo. Dito à bruta. Como nos barbeiros, nas redes sociais e nos táxis. “Onde está o nosso dinheirinho”? Em geral, não há resposta. Quem a poderia dar, empresários, governantes e jornalistas, não querem saber, escondem, têm medo de perguntar, receiam desvendar… E os contribuintes são inundados de expressões malditas: vamos investigar “até às últimas consequências”, “doa a quem doer”. Depois, segue-se o silêncio. Ou a confusão criada pelos novos enigmas dos “activos”, das “mais-valias” e das “perdas de valor”. Assim se criou um dos mais opacos universos que se imagina.
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