Cortes de trânsito na Beira-Mar e no Rossio são para repetir

Medida está em vigor durante os fins-de-semana de Verão, mas há já quem defenda o seu prolongamento no tempo e no espaço.

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Adriano Miranda
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Cumprido o primeiro de vários fins-de-semana sem trânsito em algumas ruas da zona da Beira-Mar e do Rossio, a câmara municipal de Aveiro destaca a forma como os cidadãos respeitaram e aderiram à nova medida. Durante os fins-de-semana e feriados de todo o período de Verão, algumas artérias desta área central da cidade estão transformadas em zonas cicláveis e pedonais. A ideia merece aplausos, mas já há quem peça mais. A associação MUBi, por exemplo, diz esperar que “a medida seja urgentemente estendida e tornada permanente”. Da parte da Ciclaveiro também ficam os desejos de que estes cortes se estendam para além do Verão. Ribau Esteves, presidente da autarquia, não afasta esse cenário.

“Esta experiência visa virmos a fazer este tipo de operações de forma regular e não contida a este período de Verão”, assegura o autarca, apontando um segundo propósito: “experimentar opções que possam vir a ser estruturadas de forma definitiva no quadro do projecto de requalificação do bairro da Beira-Mar que está em desenvolvimento”. Ribau Esteves faz, assim, um balanço positivo ao primeiro fim-de-semana sem carros em várias ruas da Beira-Mar e Rossio, reparando na experiência que também está a ser cumprida em São Jacinto. “Foi já o terceiro fim-de-semana sem trânsito na marginal e também com um balanço muito positivo”, frisa, a propósito da medida que pretende reservar, durante o Verão, a frente ribeirinha da praia para os modos suaves de mobilidade.

Menos efusivos são os responsáveis pela secção de Aveiro da MUBi - Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta. Ainda que reconheçam que este é um “passo no sentido certo”, consideram que “a medida peca pela falta de ambição e por não ser implementada onde mais é necessária: nos locais onde existe maior confluência de pessoas e passeios com larguras que não permitem o necessário distanciamento físico”.

Fazendo votos de que a “medida seja urgentemente estendida e tornada permanente”, os responsáveis pela MUBi fazem ainda questão de sublinhar, em comunicado, que “os modos activos de transporte não se promovem só aos fins-de-semana, nem a generalidade das pessoas tem no dia-a-dia necessidades de mobilidade às voltas dentro de um espaço como aquele em questão [Beira-Mar e Rossio]”.

Da parte da Ciclaveiro fica o regozijo por verem cumprida uma ideia que já vêm defendendo há muito. “Talvez tenha sido até a primeira proposta da Ciclaveiro, numa altura em que ainda nem éramos associação, apenas um grupo informal”, recorda Joana Ivónia, fazendo votos de que a medida se estenda para além deste período estival. “Se não puder ser todos os fins-de-semana, que seja um por mês”, propõe aquela responsável.

Obra do Rossio facilitará a “pedonalização”

Para já, ficam garantidos cortes das 13h00 de sábado até às 23h00 de domingo e das 22h00 da véspera de feriado até às 23h00 do dia de feriado (com excepção dos moradores, veículos de emergência e triciclos turísticos), resultantes de uma operação que “teve de ser muito bem estudada e ponderada”, afiança o edil, sustentando que o momento actual exige que se atente também à “situação que vivem os restaurantes da zona da Beira-Mar”. “Nesta fase, cortar totalmente o trânsito era mais um contributo negativo na retoma da actividade turística”, observa.

Depois de concluída a obra de qualificação do Rossio, “toda essa abordagem vai ser mais óbvia e estes episódios irão acontecer com maior regularidade”, sublinha. “A pedonalização de todo o Rossio, agregando ao bairro da Beira-Mar, vai ser muito mais fácil e com um nível de qualidade e de conforto muito mais alto”, acrescenta Ribau Esteves, aludindo ao projecto orçado em cerca de 10 milhões de euros e que prevê, entre outras intervenções, a construção de um parque de estacionamento em cave.

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