Desconfinamento não travou desemprego em Espanha
Mais de 1,1 milhões de trabalhadores saiu do layoff e regressou ao trabalho, mas o número de espanhóis inscritos nos centros de emprego voltou a subir.
O número de desempregados inscritos nos serviços públicos de emprego em Espanha voltou a aumentar em Junho, mostrando que o desconfinamento do país não foi suficiente para travar a subida do desemprego. Os 900 mil postos de trabalho perdidos no pico da crise sanitária ainda não foram recuperados.
Dados hoje revelados indicam que o desemprego registado cresceu 0,13% em Junho, o que representa um aumento de 5107 pessoas inscritas. Equivale a uma desaceleração face a Maio, quando esse número tinha crescido 0,68%. O país tem agora 3.862.883 desempregados.
Face ao período homólogo de 2019, isto traduz uma subida de 847.197 desempregados inscritos.
Segundo o Ministério do Trabalho espanhol, é o número mais elevado desde Maio de 2016. Desde a crise de 2008 que o desemprego não aumentava num mês de Junho, antes das férias de Verão. Cerca de 1,1 milhões de trabalhadores saíram em Junho do layoff e regressaram ao trabalho.
Chamado ERTE (Expediente de Regulação Temporal de Emprego), o regime do layoff em Espanha expirou a 30 de Junho, mantendo-se em vigor uma extensão com regras diferentes até 30 de Setembro, mas que não se aplica a todas as empresas.
O número de empregos destruídos em Junho foi de 99.906, em termos líquidos, com 161 mil despedimentos e 68 mil novas entradas na Segurança Social.
O número médio de inscritos, que costuma ser utilizado para medir a evolução do mercado, foi de 18.624.337 em Junho, traduzindo o segundo aumento consecutivo, depois da queda provocada pela pandemia de covid-19 em Março e Abril.