Ferro Rodrigues recebe carta sobre descendentes de sefarditas

Elogiando a lei portuguesa, o presidente do Congresso Judaico Europeu apela à solução das “falhas” no processo de concessão de nacionalidade portuguesa a descendentes de sefarditas. Mas pede que não se perda o espírito da lei de 2013.

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Ferro Rodrigues recebeu um apelo do presidente do Congresso Judaico Europeu daniel rocha

O presidente do Congresso Judaico Europeu, Moshe Kantor, escreveu ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, pedindo-lhe que “altere as falhas administrativas” que possam existir no processo de concessão de nacionalidade portuguesa a descendentes de judeus sefarditas expulsos de Portugal no século XVI. Na missiva, Moshe Kantor apela também a que no processo de revisão da lei em curso no Parlamento não se perca de vista ou ponha “em perigo o essencial” da “lei histórica” aprovada em 2013, que é a existência da possibilidade de concessão da “cidadania da República portuguesa” aos “descendentes de judeus sefarditas portugueses perseguidos”.

Na carta, a que o PÚBLICO teve acesso, e que foi enviada, para conhecimento, ao primeiro-ministro e ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Moshe Kantor assume que o Congresso Judaico Europeu representa mais de 40 comunidades judaicas na Europa, incluindo a Comunidade Israelita de Lisboa.

Elogiando a lei da nacionalidade de 2013, o presidente da Congresso Judaico Europeu afirma: “Há sete anos, a Assembleia da República portuguesa aprovou legislação que permitia que descendentes de judeus sefarditas portugueses expulsos do país recuperassem a nacionalidade de seus antepassados. Esta decisão histórica foi tomada por unanimidade no Parlamento português.”

Moshe Kantor considera mesmo que a lei portuguesa “é única” em “sabedoria e generosidade” e que é a demonstração da vontade, por parte de Portugal, de “reconciliação” e reparação histórica. Isto numa “época de nacionalismo, paroquialismo e intolerância”, o que “contrasta fortemente com a crescente onda de anti-semitismo na Europa” e faz com que Portugal seja elogiado por judeus e não judeus.
 

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