António Costa recusa ideia de PS como “partido pop up”
O primeiro-ministro e secretário-geral do PS defendeu esta terça-feira, na apresentação do Fórum Mário Soares, o património de quase 50 anos dos socialistas.
O secretário-geral do PS, António Costa, defendeu esta terça-feira o património de quase 50 anos dos socialistas, recordou o líder histórico Mário Soares e recusou a ideia de um partido pop up ou de modas.
Na apresentação, em Lisboa, do Fórum Mário Soares, que vai ajudar a fazer uma história do PS e reflectir sobre as políticas públicas nos próximos anos, António Costa falou do passado e das “marcas” do partido na democracia portuguesa.
“Voltar às raízes é perceber que um partido político como o PS não é propriamente uma pop up store, que abre e fecha consoante as modas, mas pelo contrário é um património construído ao longo de quase 50 anos e em que se foi sedimentando uma cultura e portador de valores que são intemporais”, disse.
Há “valores intemporais” como a “liberdade e igualdade” que nunca se devem considerar como “garantidos” e pelo quais é “necessário lutar”, de uma forma diferente de há “20 ou 30 anos”, como diferente vai ser “dentro de 20 ou 30 anos”.
Para o líder socialista e primeiro-ministro, a crise pandémica da covid-19 veio mostrar a importância das ideologias, da esquerda e da direita. As “marcas do Estado social”, afirmou, “demonstraram toda a sua actualidade e vitalidade” e deu vários exemplos.
“Sem o SNS [Serviço Nacional de Saúde] seguramente o país não teria sido capaz de responder como respondeu” aos problemas de saúde e sem uma “segurança social forte e sustentada” não seria possível “responder às necessidades de protecção das famílias”.
Na cerimónia de apresentação do Fórum estiveram quatro fundadores do PS, com Mário Soares, em 1973 - José Neves, Nuno Godinho de Matos, Rudolfo Crespo e Arons de Carvalho - além dos dois filhos do líder histórico e fundador, Isabel e João Soares.
Segundo o PS, o Fórum Mário Soares terá como objectivo “promover a reflexão sobre a relevância e o impacto das políticas públicas no país, sendo aberta à participação de cidadãos independentes e alicerçada no diálogo com instituições académicas e sociais e com fóruns cívicos”.
Durante a sessão, a Fundação Mário Soares assinou com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa um protocolo de colaboração sobre a “história, memória e património do PS”. Foi assinado um outro protocolo com o centro de estudos sobre mudança socioeconómica e o território do ISCTE, tendo em vista uma colaboração ao nível do “inventário crítico das marcas de política local do PS”.