Cartas ao director

Rankings das escolas I

Manuel Carvalho defendeu em editorial os rankings das escolas. Argumentou fartamente sobre a importância dos rankings. Mas será realmente isso assim tão importante? Julgo que não, para mim o ensino deve ser escrutinado na área do ensino e do governo e não na praça pública. Na praça pública, o que ficámos a saber? Que as escolas privadas atingem melhores resultados do que as públicas. A que é que isso leva? Põe as pessoas a pensar que apesar dos enormes gastos no ensino público, nas escolas privadas o ensino é melhor. Será verdade? Se formos ver pelo desempenho dos alunos idos das escolas públicas para as universidades, estes conseguem melhores resultados dos que os idos das escolas privadas. Então o que move o director do jornal PÚBLICO a ser tão defensor dos rankings? Não serão os negócios associados ao ensino privado?
Mário Pires Miguel, Reboleira

Rankings das escolas II

Os ordenamentos de escolas com base nos resultados de (alguns) exames publicados nos jornais portugueses desde 2001 não podiam traduzir seriamente a qualidade dos professores e das escolas, por motivos (bem) fundamentados. Elucidativo, sobre essa matéria é o artigo intitulado “Rankings, esse território de basbaques e pavões”, da autoria do Professor Alberto Amaral, no PÚBLICO de 23 de Setembro de 2019. Tais ordenamentos de escolas saíram agora, no final do ano lectivo, antes da realização dos exames que estão próximos. Que razões específicas há ou houve para a mudança, não sei. Mas existem, seguramente.

No PÚBLICO de sábado, Manuel Carvalho escreve, em editorial, que “os rankings não servem para criar hierarquias de escolas no sistema, mas antes para as subtrair a uma espécie de condenação natural”. Não percebo como pode sustentar tal opinião.

Claro que um dos problemas sérios destes ordenamentos traduziu-se na desqualificação artificial da escola pública e na promoção da escola privada. Certo que um jornal como o PÚBLICO sempre procurou enquadrar os resultados publicados e trazer à discussão a opinião de intervenientes (professores, alunos) e especialistas na análise da matéria. O que não anula o “erro” de base e as suas consequências.

José Batista d’Ascenção

Pedro Lima

Conheci o Pedro em 1986, quando ingressámos no Liceu D. Pedro V, em Lisboa. Cedo se revelou um dos melhores alunos de uma turma muito acima da média. Surpreendia em todas as frentes: no desporto, nos estudos, nas relações pessoais e nos seus gostos, bastante ecléticos, que incluíam coisas que não interessavam à maioria de nós, como música, cinema e literatura, mas também futebol e política.

Mais tarde acompanhei de perto a sua difícil decisão entre abandonar o curso de Engenharia Mecânica no Técnico ou seguir a carreira de actor. Sei que a sua opção se centrou na sincera paixão pelo cinema e pelo teatro, bem como no enorme desafio que tinha pela frente. Porque ele gostava de desafios. Foi com entusiasmo que assisti à sua afirmação nesse muito difícil mundo artístico. O Pedro foi sempre dos melhores em tudo o que se envolvia e nunca escolheu o caminho mais fácil.

Pedro Bouza Serrano, Holanda

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