Black Lives Matter: Naomi Campbell “optimista” com os ventos de mudança na moda e na cosmética

A ex-top model descreveu este momento como uma oportunidade para que as empresas expandam as suas gamas de cosmética para que correspondam a mais tons de pele.

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A supermodelo é reconhecida pelo seu activismo em diversas áreas HENRY NICHOLLS/REUTERS

Os protestos mundiais contra o racismo irão alterar as indústrias globais da moda e da beleza, criando oportunidades de emprego, mas também produtos que irão responder às necessidades de um mais vasto leque de consumidores, defende a modelo Naomi Campbell, numa entrevista à Reuters.

A falta de diversidade e o foco num conceito de beleza estereotipado têm sido, ao longo dos anos, duas das grandes falhas apontadas ao mundo da moda. Agora, após a subida de tom dos protestos gerado pelo movimento Black Lives Matter, na sequência do homicídio do norte-americano George Floyd, no fim de Maio, por um agente da polícia de Mineápolis, várias companhias de produtos de beleza têm revisto as suas práticas, sobretudo de marketing, ao retirar alguns produtos de clareamento de pele do mercado ou a mudarem os seus nomes.

Campbell, que durante uma carreira de 34 anos foi a primeira modelo negra a ser capa das revistas Vogue e Time Magazine, disse acreditar que toda esta corrente irá originar a criação de mais oportunidades para negros no mundo da moda, algo que reclamava há muito: “A diversidade racial na moda aumentou nos últimos anos, mas a indústria não pode tratá-la como uma tendência”, dizia há um ano, à Reuters. “Agora, o mundo inteiro está de acordo. As vozes estão a ser ouvidas... E olho para isso com optimismo.”

Naomi Campbell considera ainda que este momento é uma oportunidade para que as empresas expandam as suas gamas de cosmética para que correspondam a mais tons de pele. “Gastamos muito dinheiro. Somos grandes consumidores”, aponta.

No início deste mês, a Band-Aid, propriedade da Johnson & Johnson, anunciou uma gama de ligaduras para combinar com uma variedade de tons de pele. Já a casa-mãe interrompeu a produção da sua gama de cremes para clarear a pele, enquanto a Unilever e a L'Oréal optaram por mudar os nomes de vários produtos, banindo palavras como “branco”, “claro” e “luminoso” das embalagens dos seus produtos para a pele.

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