Arbitragens positivas na Madeira e em Paços de Ferreira

Do jogo Marítimo-Benfica, destaque para a prestação da equipa de arbitragem que, numa partida potencialmente difícil, acabou por ter um desempenho muito positivo e assertivo. Os lances de maior dificuldade foram ao nível dos golos validados e anulados e das questões relacionadas com o fora-de-jogo.

Minuto 23, golo anulado ao Marítimo por adiantamento claro de Rodrigo Pinho. Não obstante o videoárbitro (VAR) ter de verificar sempre os lances de golo e as eventuais irregularidades, viu-se bem a “olho nu” que o jogador insular estava adiantado em relação ao penúltimo adversário.

Minuto 79, segundo golo do Marítimo. Rodrigo Pinho está em posição legal aquando da sua finalização. Foram 88 os centímetros que legalizaram a posição do avançado, confirmados a partir da Cidade do Futebol.

Minuto 90, Joel Tagueu coloca a bola na baliza. Naquele que seria o terceiro golo do Marítimo, que em jogo corrido foi validado, o assistente acabou por cumprir com as indicações internacionais, de deixar seguir e dar o benefício da dúvida a quem ataca, em lances  no limite. Com a ajuda da tecnologia de que o VAR dispõe, foi possível ver que Tagueu estava adiantado em relação ao penúltimo adversário (38 cm). 

Do jogo Paços de Ferreira-FC Porto, destaque para mais uma arbitragem positiva e bem conseguida.

Minuto 10: Pepe, ao tentar interceptar a bola na área, acaba por tocar-lhe inicialmente com a perna, sendo posterior o ressalto da mesma na sua mão direita. Não houve motivo para pontapé de penálti, já que a mão não estava fora do plano do corpo, acima da linha do ombro e a ganhar volumetria - neste caso, estava numa posição absolutamente normal e natural.

Também o facto de a bola ter ido, após ter sido interceptada, parar às mãos do guarda-redes portista não pode ser considerado “atraso”, pois não houve intenção, nem acto deliberado, de passar a bola para Marchesín. Houve, apenas, um corte da bola.

Minuto 52, o caso de jogo. Manafá, ao tentar, meio com a cabeça, meio com a perna, interceptar e jogar a bola que tinha sido cruzada por Oleg, toca com o braço, na zona do cotovelo, na bola. A questão é o porquê de nem o árbitro, nem o VAR terem considerado motivo para a marcação de um pontapé de penálti. A razão é simples: se a bola não tivesse tocado no braço e seguisse a sua trajectória, batia no corpo de Manafá, ou seja, o braço estava encostado ao corpo, dobrado e encolhido, não estava a ocupar um espaço indevido, nem a ganhar volumetria. 

Resumindo, o toque do braço não impediu a bola de prosseguir a sua trajectória e ir para a área para outros jogadores, já que a bola tocaria sempre no corpo do jogador portista e ficaria ali. Por isso, concordo com a decisão de não ter sido assinalado pontapé de penálti.

Minuto 63, um caso interessante e raro de acontecer, e que entronca numa das alterações que entrou em vigor nesta época. Danilo e Tanque, no interior da área, acabam por chocar, tocando cabeça com cabeça. O árbitro, apercebendo-se da situação e da eventual gravidade que resultou deste contacto (e porque a lei é muito clara no que diz respeito a lesões ao nível da cabeça), interrompeu de imediato o jogo, para ser prestada assistência a ambos os jogadores.

A questão que se coloca é como recomeçar o jogo, após uma interrupção que não foi causada por uma infracção, quando a bola estava dentro da área. Ora, porque nenhuma infracção tinha sido cometida, o árbitro recomeçou o jogo com uma bola ao solo, mas porque a bola estava no interior da área, essa bola ao solo foi apenas executada para o guarda-redes dessa baliza, tendo, os seus colegas e adversários, de estar no mínimo a quatro metros de distância.

Para que se perceba melhor esta particularidade da lei 8 (O começo e o recomeço do jogo), vejamos o que está escrito na página 88.  “O lançamento de bola ao solo é executado para o guarda-redes da equipa defensora na respectiva área de penálti caso o jogo tenha sido interrompido e a bola esteja no interior da área de penálti ou o último toque na bola tenha acontecido no interior da referida área (…) Os restantes jogadores (de ambas as equipas) devem permanecer a, pelo menos, quatro metros da bola até esta entrar em jogo”.

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