Tribunal liberta general na reserva que lidera oposição ao primeiro-ministro de Israel

Amir Haskel foi detido após uma manifestação pedindo a demissão de Benjamin Netanyahu por este ser acusado de crimes, na semana em que o Parlamento aprovou uma isenção fiscal para o chefe do Governo.

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Netanyahu tem visto protestos contra si tanto pelas acusações de corrupção como pelo plano de anexar parte da Cisjordânia Reuters/Amir Cohen

Um tribunal de Jerusalém ordenou neste domingo a libertação do antigo general da Força Aérea e activista da oposição à governação do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, cuja detenção na sexta-feira provocou o protesto de centenas de pessoas.

O antigo general da Força Aérea Amir Haskel foi detido junto com dois outros activistas, devido ao que a polícia considerou um protesto “ilegal” devido ao bloqueio de ruas perto da residência oficial de Netanyahu.

A demissão de Benjamin Netanyahu é pedida desde que é suspeito de fraude, abuso de confiança e corrupção, e ainda mais depois de ter sido formalmente acusado, a primeira vez que isso acontece a um primeiro-ministro em exercício em Israel e por possíveis crimes cometidos enquanto ocupa o cargo (o anterior primeiro-ministro acusado, Ehud Olmert, demitiu-se antes da acusação forma e os crimes diziam respeito a altura em que era presidente da câmara de Jerusalém).

Na semana passada, Netanyahu fez aprovar no Parlamento uma isenção fiscal de um milhão de shekels (quase 260 mil euros) em pagamentos, serviços e outros privilégios inerentes ao cargo de primeiro-ministro entre 2009 e 2017.

Numa altura em que a crise económica provocada pelo coronavírus se agudiza e também que a situação epidemiológica se descontrolou após o desconfinamento, esta aprovação provocou reacções fortes e levou, de novo, pessoas a protestar nas ruas contra o “crime-minister”, um trocadilho com prime-minister que é como os manifestantes chamam ao primeiro-ministro acusado. A isenção para Netanyahu foi aprovada antes da extensão de subsídios de desemprego por causa da covid-19, que foi entretanto anunciada este domingo.

Netanyahu tem visto protestos contra si tanto pelas acusações de corrupção como pelo plano de anexar parte da Cisjordânia​, cujo anúncio se espera para quarta-feira

A polícia não tolerou “o corte da rua” e deteve Amir Haskel junto com outros dois activistas, as detenções provocaram ainda mais indignação e levaram a novo protesto no sábado. “Ninguém nos irá proibir de protestar em qualquer lugar”, realçou Amir Haskel após ter sido libertado, deixando ainda uma provocação ao primeiro-ministro sobre a sua experiência na prisão. “Estivemos na prisão de Hadarim durante 15 horas. Não foi um prazer, mas não foi terrível.”

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