Chegou o fim da inovação (que não o foi): Segway vai deixar de ser produzido

A Segway-Ninebot anunciou que vai deixar de produzir o veículo de duas rodas: a venda de Segways correspondia a apenas 1,5% da facturação da fabricante. Chega ao fim a promessa de inovação nos transportes, que nunca aconteceu.

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LUSA/CJ GUNTHER

Prometia ser a inovação dos transportes, mas nunca conseguiu conquistar o mundo. Agora, foi declarado o óbito: a partir de 15 de Julho, o Segway PT vai deixar de ser produzido. O anúncio foi feito pela empresa Segway-Ninebot, detentora da marca, que justificou a decisão pela falta de viabilidade económica, uma vez que apenas 1,5% da facturação da empresa fabricante foi obtida com a venda de Segways.

Quando surgiu no mercado, em 2001, previa-se que a produção anual de 110 mil exemplares fosse escoada pela procura — o que nunca chegou a acontecer. No final da década, contavam-se cem mil unidades vendidas no mercado norte-americano. No resto do mundo, a realidade também ficou aquém das expectativas.

O diciclo inventado por Dean Kamen, exigia que o utilizador controlasse os movimentos em cima de uma pequena plataforma. Não chegou a ser adoptado pela generalidade da população e os momentos de mais popularidade deveram-se a maus motivos: dez meses depois de ter comprado a empresa, Jimi Heselden morreu num acidente com um Segway, depois de ter perdido o controlo do veículo e caído de um penhasco. 

E este não foi o único insólito — alguns foram menos trágicos e mais cómicos, como o momento em que Usain Bolt foi “atropelado” por um operador de câmara que o filmava em cima de um Segway; ou quando o antigo presidente norte-americano, George W. Bush, caiu enquanto conduzia um.

Além da pouca segurança que o veículo proporciona, o preço nunca jogou a seu favor. Originalmente, cada Segway custava cinco mil dólares (cerca de 4400 euros). Acabou por ser utilizado essencialmente por turistas, seguranças e polícia. 

Outros dois modelos, o Segway SE-3 Patroller e o Segway Robotics Mobility Platform, vão também parar de ser produzidos, levando ao despedimento de 21 trabalhadores. 

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