Covid-19. EUA consideram grávidas um grupo de risco

Centro de Controlo e Prevenção de Doenças põe grávidas entre os grupos de risco, ao contrário da OMS e da DGS. As três entidades concordam que há alterações no sistema imunológico durante a gravidez que podem influenciar o tratamento da doença.

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As autoridades de saúde americanas consideram que o risco de internamento em cuidados intensivos é maior em grávidas Nelson Garrido

O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) passou a considerar as grávidas um grupo de risco de infecção pelo novo coronavírus, que provoca a covid-19. A lista actualizada do CDC, divulgada na quinta-feira, diverge das indicações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Direcção-Geral da Saúde (DGS) em Portugal.

Num relatório semanal sobre a mortalidade e morbidade, o CDC afirma que o risco de infecção em grávidas é superior e poderá levar a consequências mais graves. Segundo o centro, “durante a gravidez, as mulheres passam por alterações imunológicas e fisiológicas que podem aumentar o risco de doenças graves provocadas por infecções respiratórias”.

O relatório, apesar de apontar que “a gravidez está associada a um risco maior de internamento em cuidados intensivos e ao tratamento com ventilador”, acrescenta que a gravidez “não está associada a um maior risco de mortalidade”.

Da lista de grupos de risco, o CDC retirou as pessoas com mais de 65 anos, apontando que o risco de infecção aumenta à medida que se envelhece, e não apenas a partir de uma faixa etária específica.

Outros grupos de risco para o CDC incluem fumadores, pessoas com asma, pessoas com hipertensão, demência, doenças renais, diabetes tipo 1, pessoas com o sistema imunitário enfraquecido devido ao vírus da sida, entre outros.

A indicação do CDC contrasta com a da Organização Mundial de Saúde, que diz que as mulheres grávidas não correm um risco maior ou menor do que a restante população, embora saliente que, “devido a alterações no organismo e sistema imunitário, é importante que as grávidas tomem precauções para se protegerem contra a covid-19”.

A Direcção-Geral da Saúde segue a OMS. As autoridades de saúde portuguesas afirmam que, “até à data, a grávida não parece ter risco acrescido para a covid-19”. Deixa, porém, a recomendação de precaução, já que há “alterações imunológicas durante a gravidez, bem como a possibilidade de desfechos desfavoráveis em situações infecciosas, principalmente no final da gravidez”.

Em Março, a OMS afirmou que as grávidas deveriam ter acesso prioritário a testes da covid-19 e as autoridades portugueses, poucos dias depois, confirmaram que as mulheres grávidas teriam prioridade na despistagem.

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