Caríssimos leitores e assinantes do PÚBLICO

Estamos a dois dias de um acontecimento que marca a agenda do nosso sistema educativo e, por maioria de razão, que suscita particular interesse aos pais e aos estudantes: a publicação dos rankings das escolas. Para marcar essa agenda e responder a esse interesse, preparámos um extenso suplemento (48 páginas na edição impressa de sábado) com a profundidade, o cuidado e a reflexão que se exige. O PÚBLICO tem especiais pergaminhos na divulgação dos rankings, por os considerar como um instrumento que nos ajuda a compreender e a debater a realidade do nosso sistema educativo. Mas sabemos que em causa está uma informação sensível, que só será útil se promover o interesse público e a melhoria continuada das escolas, ainda mais no final de um ano lectivo extraordinário, marcado por um modelo de ensino feito essencialmente à distância, que pode agravar as desigualdades entre os alunos. Acreditamos que fomos capazes de responder a essa importância e a esse cuidado.

O nosso trabalho sobre os resultados de 2019 é por isso um pouco diferente do habitual. Para começar, disponibilizamos-lhe as listas completas e mapas interactivos para que possa fazer uma leitura comparativa dos dados relativos à escola da sua zona de residência (médias, taxas de retenção, resultados das principais disciplinas, indicadores socioeconómicos). Na sequência de uma parceria com a Católica Porto Business School, estabelecemos as melhores médias no 9.º ano e no Secundário e fomos procurar as que se distinguiram positiva e negativamente tendo em conta o respectivo contexto socioeducativo.

Quisemos saber como foram os últimos dias antes do encerramento de algumas escolas este ano e como estão a preparar o futuro próximo, com reportagens nos dois estabelecimentos de ensino público que conseguiram os melhores resultados nos exames do 9.º ano e do ensino secundário. Procurámos quatro concelhos onde os resultados dos alunos contrariam a ideia que o insucesso é automático em contextos socioeconómicos desfavorecidos ou no interior. Investimos num olhar sobre os resultados dos alunos mais jovens, do 1.º e 2.º ciclo. Entrevistámos professores e investigadores, que nos traçaram o actual quadro de dificuldades associado à covid-19 e apontaram caminhos para o futuro.

Fomos depois um pouco mais para lá dos resultados do ano passado e produzimos uma análise sobre a tão denunciada inflação de notas por parte de algumas escolas, um problema recorrente que mina a equidade no acesso ao ensino superior, num ano em que, excepcionalmente, os exames não têm mesmo poder de calibrar as notas. E discutimos o modelo de acesso à universidade, que muitos consideram ser necessário mudar.

Não quisemos ficar por aqui, concentrando num só dia a informação e as pistas de reflexão sobre uma dimensão tão crucial da nossa vida colectiva. No sábado e nos dias seguintes vários especialistas deixarão as suas reflexões sobre estes temas na edição impressa e online do nosso jornal. Para segunda-feira, dia 29, entre as 14h e as 16h, convidámos Rodrigo Queiroz e Melo, director executivo da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo, e Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas a participar num fórum no qual poderá colocar as suas questões em concreto – basta inscrever-se em fórum.publico.pt.

A Educação é para o PÚBLICO um tema indispensável, que justifica o melhor dos nossos recursos e a nossa mais elevada prioridade. Queremos que se associe a nós neste empenho. Estamos confiantes que o nosso trabalho vai estar à altura das suas necessidades e expectativas.

Os meus cumprimentos, em nome de toda a equipa que pensou e concretizou o “Especial Rankings das Escolas 2019”.