Vendas da H&M em Portugal recuam 80% em três meses

Grupo sueco de pronto-a-vestir registou perdas globais de 292 milhões no primeiro semestre do seu exercício fiscal. Em Portugal, onde tem 29 lojas, vendas foram reduzidas para um quinto entre Março e Maio

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LUSA/RITCHIE B. TONGO

A retalhista de vestuário e acessórios Hennes & Mauritz (H&M) registou vendas de 65 milhões de coroas suecas (ou 6,19 milhões de euros ao câmbio actual) no seu segundo trimestre fiscal, de Março a Maio de 2020, comunicou hoje o grupo sueco. É uma queda de 79% em coroas suecas (moeda em que o grupo consolida as contas) e de 81% em euros (após efeitos cambiais e fiscais) face a igual período do exercício fiscal anterior.

O período em causa, recorde-se, compreende o início dos casos conhecidos de pandemia em Portugal (Março) e um mês completo de estado de emergência (Abril), em que a abertura do retalho foi restringida aos mínimos essenciais no país. 

No primeiro semestre de 2019/2020, a H&M - que inicia o seu ano fiscal em Dezembro e conclui em Novembro do ano seguinte - registou uma quebra de vendas em Portugal de 41%. Entre Dezembro de 2019 e Maio de 2020 o grupo, que detém 29 lojas em território português, registou vendas de 369 milhões de coroas suecas (38,15 milhões de euros) em Portugal, o que compara com 622 milhões de coroas suecas um ano antes, no mesmo período.

Globalmente, as vendas atingiram os 2,73 mil milhões de euros, menos 50% (em moedas locais) que no ano fiscal anterior e num trimestre em que 80% das lojas H&M fecharam devido à crise provocada pelo novo coronavírus.

De lucros a prejuízos

O grupo retalhista anunciou igualmente um prejuízo de 292 milhões de euros no primeiro semestre do seu ano fiscal 2019/2020 (entre Dezembro e Maio), o que se deveu à pandemia de covid-19, anunciou hoje a cadeia sueca.

Há um ano, no mesmo período em análise, a multinacional sueca tinha reportado um lucro de 512 milhões de euros.

O resultado operacional líquido (EBIT) caiu 60%, para 661 milhões de euros, enquanto a margem bruta passou de 52,9% para 49,4% das vendas, de acordo com os balanço e contas hoje apresentado em Estocolmo.

Já no arranque do segundo semestre fiscal, as vendas caíram 25% entre 1 e 24 de Junho, nas várias moedas locais, explicou a empresa sueca, que mantém 350 estabelecimentos fechados, cerca de 7% do total das lojas que opera. Para além disso, um número elevado das lojas que estão abertas deparam-se com restrições e horários de funcionamento limitados.

A H&M refere ainda que no segundo trimestre (de Março a Maio últimos), o resultado líquido passou de 435 milhões de euros no exercício anterior, para um prejuízo 476 milhões de euros no ano fiscal em análise.

A liquidez da empresa, por seu lado, “é boa”, caracteriza a gestão no comunicado, e ascendia em 31 de Maio a 1210 milhões de euros e somando as facilidades de crédito não utilizadas totalizava 2976 milhões de euros.

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