Coimbra mantém festas da cidade mas diz que vai seguir normas da DGS

Câmara disponível a avaliar cada iniciativa consoante o evoluir a pandemia nos próximos dias. Programação aposta em artistas locais.

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O jardim d sereia será um dos locais onde haverá concertos SERGIO AZENHA / PUBLICO

Apesar da pandemia, a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) vai manter as festas do dia da cidade, embora numa modalidade adaptada. Haverá concertos dentro de portas e ao ar livre, espalhados por vários pontos da cidade, com a autarquia a garantir que vai cumprir integralmente todas as orientações da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Depois de Lisboa e Porto terem cancelado as respectivas festas populares, adoptando mesmo medidas de fiscalização, Coimbra, que tem o seu feriado municipal no dia 4 de Julho, apresentou esta semana a programação das suas festas. No entanto, a vereadora da Cultura da CMC, Carina Gomes, garante que a câmara “está a ter todos os cuidados e precauções” para que os festejos, que terão lugar de 3 a 12 de Julho, “decorram com segurança”. Diz também que toda a realização das festas da cidade dependem do desenvolvimento da pandemia no país: “face à evolução e às orientações das autoridades de saúde, a câmara vai reequacionar” cada iniciativa.

Haverá cinco concertos ao ar livre em vários pontos da cidade: Os Quatro e Meia no exterior do Convento São Francisco (dia 3), Rui Veloso (dia 4), Anaquim (dia 10) e André Sardet com João Só (dia 11) no Jardim da Sereia. Haverá também uma série de mini-concertos, em cinco lugares diferentes da cidade, com artistas como Mancines, JP Simões ou Kintsugi. Carina Gomes sublinha que a predominância de músicos locais se explica com uma lógica de aposta na economia local e de ajuda à retoma das actividades.

Mesmo para o espaços ao ar livre terão que ser tomadas medidas adicionais, como estabelecer um perímetro com vedação no Jardim da Sereia e envolver segurança e policiamento, explica Carina Gomes. De resto, serão aplicadas medidas como os circuitos de entrada e saída, marcação de lugares e redução de lotações. A maioria dos espectáculos será transmitida nas redes sociais da autarquia.

Só o musical de Nuno Feist (no dia 5, no grande auditório do Convento São Francisco) e as várias apresentações em duas casas de fados, a Fado ao Centro e a àCapella, serão em locais fechados, embora com lotação limitada. Nas casas de fado, que vivem essencialmente do turismo, a autarquia adquiriu as bilheteiras dos espectáculos e a entrada será gratuita. Com excepção do musical no Convento, todos os espectáculos são de entrada livre, mas sujeita à aquisição prévia de bilhete, para que se possa controlar a lotação de cada espaço.

Ao longo de cinco noites, também o Festival À Janela vai projectar concertos gravados em vários bairros de Coimbra “para as pessoas que ainda não se sintam confortáveis em sair de casa”, diz a vereadora.

Coimbra não está topo da tabela com mais infecções detectadas. No município, há 23 novos casos desde o início do mês, o que significa que são agora 608, no total. Estes números dão uma margem de confiança à CMC para avançar com as festas da cidade com o objectivo de “reanimar social e economicamente o concelho, em especial dos sectores da hotelaria, restauração e comércio”. Seria “mais fácil ter decidido não fazer nada”, comenta a vereadora. “Mas a economia precisa disto, as pessoas precisam de desconfinar em segurança e é esta a mensagem que queremos passar”, acrescenta.

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