Governo lembra o “forte impacto” da pandemia nas contas públicas

Défice orçamental do primeiro trimestre foi de 1,1%. Condições de 2019, diz ministério liderado por João Leão, dá “confiança” perante crise.

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Ministério dirigido por João Leão diz que os resultados dos últimos anos “estão hoje ao serviço dos portugueses” Daniel Rocha

O Ministério das Finanças reagiu nesta quarta-feira aos números do défice publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) destacando o “forte impacto que a pandemia da covid-19 teve na evolução da economia portuguesa”.

De acordo com o INE, o saldo orçamental registou um défice de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano, uma estimativa que “reflecte já o forte impacto que a pandemia da covid-19 teve na evolução da economia portuguesa”, afirma o Ministério das Finanças em comunicado, lembrando que o défice ocorre “depois de em 2019 ter atingido, pela primeira vez em democracia, um saldo excedentário (+0,2% do PIB)”.

No primeiro trimestre, o saldo orçamental das Administrações Públicas registou um défice de 1,1% do PIB, de 570,9 milhões de euros, reflectindo assim “o efeito da pandemia a partir de Março”, reforça o gabinete liderado por João Leão.

A evolução do saldo orçamental é explicada por um crescimento de 4,3% da despesa total em termos homólogos, superior ao aumento de 1,1% da receita.

No caso da despesa, o Ministério das Finanças destaca o “crescimento significativo dos subsídios (+18%), e dos consumos intermédios (+9,3%), em particular na saúde”.

“Saliente-se ainda que este resultado acontece em simultâneo com um crescimento homólogo do investimento público de 23,7%, em linha com o previsto no orçamento, reflectindo o reforço dos recursos dedicados à melhoria dos serviços públicos e das infra-estruturas”, continua a equipa de João Leão.

No comunicado, as Finanças referem que, em termos de contas externas, a economia “registou uma necessidade de financiamento no primeiro trimestre de 2020 (-544 milhões de euros), explicada em grande medida pelo défice orçamental das contas públicas”.

“No entanto, no ano acabado no primeiro trimestre, a economia portuguesa apresentou capacidade de financiamento (+1336 milhões de euros), continuando dessa forma a apresentar um excedente das suas contas externas”, sublinha a mesma fonte.

O gabinete realça ainda que os dados “reflectem também as condições económicas e orçamentais sólidas de Portugal em 2019, que permitem que os portugueses tenham hoje confiança na resposta aos desafios que se colocaram no primeiro trimestre do ano”.

“Os resultados da consolidação orçamental estão hoje ao serviço dos portugueses, num momento de emergência nacional, decorrente da pandemia de covid-19”, salienta o ministério, acrescentando que “o Governo mantém o compromisso com o rigor e a disciplina das contas públicas que asseguram a melhor gestão financeira e orçamental para o país”.

O saldo orçamental das Administrações Públicas registou um défice de 1,1% do PIB no primeiro trimestre do ano, de acordo com dados hoje divulgados pelo INE.

“O saldo das AP foi negativo no 1.º trimestre de 2020, atingindo -570,9 milhões de euros (-1,1% do PIB, o que compara com 0,1% no trimestre homólogo), observando-se um aumento da despesa total em termos homólogos (4,3%), superior ao aumento da receita total (1,1%)”, pode ler-se na nota hoje divulgada pelo INE, um resultado que já espelha as consequências da pandemia de covid-19.

Segundo as Contas Nacionais Trimestrais por Sector Institucional divulgadas hoje pelo instituto, no ano terminado em Março de 2020, o saldo “registou uma diminuição de 0,3 p.p.” (pontos percentuais), “passando de um saldo positivo no trimestre anterior para negativo (-0,1% do PIB)”.

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