“Um dia a lágrima disse ao sorriso: ‘Invejo-te porque vives sempre feliz.” O sorriso respondeu-lhe: “Enganas-te, pois muitas vezes sou um disfarce da tua dor…””

Sim, é difícil ter coragem para admitirmos que estamos doentes, principalmente quando associado ao estigma da saúde mental. É muito difícil conseguirmos pedir ajuda. Mas será preciso ter menos coragem, para pôr termo à vida?

O que nos leva a tal desespero? Será uma enorme dor? Um imenso vazio de emoções e respostas? Não aguentar mais o sofrimento? Achar que assim tudo acaba?

É claramente, um misto de tudo isto. Quem nunca pensou “se virasse o volante aqui na estrada, ninguém percebia”, “e se me atirasse daqui?”, “se morresse, seria mais fácil…”. Todos nós, pelo menos uma vez na vida pensamos em tal acto de desespero.

Tenham coragem para pedir ajuda. Ir ao psicólogo não é para os “malucos”. É para quem quer crescer, a nível de desenvolvimento pessoal. São vários os motivos que podem levar a esta dor, mas também são inúmeras as ferramentas que os psicólogos possuem para apoiar a transformar essa dor.

A vida é um desafio constante! Mas tu podes escolher. Escolher ir buscar força, coragem, às vezes não sabes bem onde. É conseguires sair do buraco escuro. É identificar uma luz bem lá no fundo. É seguir o caminho e quando olhas para trás pensas: “Como tive coragem para sair?”

A coragem está dentro de nós. Num sonho, na lembrança de um sorriso e gargalhada até doer a barriga, na sensação de paz quando abraças alguém que amas, na alegria que sentes ao dançar, no que sentes quando os teus filhos te dizem “adoro-te” , na sensação de um “estou aqui” de uma amiga, dos cheiros da infância, da protecção dos pais e avós.

Se és tu que precisas de coragem, procura-a dentro do teu coração. A vida é só uma, não tenhas medo de mudar, de recomeçar, de te reencontrar, de voltar a sorrir, de reencontrares a tua essência e brilho dentro do teu coração.

Se a falta de coragem é de alguém que está ao teu lado e que percebes precisar de ajuda, então pede por ele. Fica atento aos sinais de alerta, tais como mudanças de comportamento, dormir demasiado (fuga, passar o tempo), apatia e tristeza repentina, cansaço constante e sem motivo aparente, mudança de hábitos alimentares, comer demasiado ou deixar de comer, irritação fácil e não a paciência habitual, mudanças bruscas de comportamento, entre outros.

Atenção, que em personalidades mais entusiastas, não é tão visível. É necessária muito mais atenção, pois disfarçam bem, uma vez que na tentativa de fugir à dor emocional, mostram sempre um sorriso, uma cara alegre, por detrás de um coração triste.

É difícil ter coragem, mas é mais difícil ficar na solidão do sofrimento.