Malala acaba curso em Oxford e vai “dormir, ler e ver Netflix”

Malala Yousufzai, Nobel da Paz e sobrevivente de um ataque dos taliban paquistaneses por defender o acesso das raparigas a educação, estudou Filosofia, Política e Economia.

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Malala e a família celebram a licenciatura com bolo, como é tradição em Oxford Reuters/MALALA YOUSAFZAI/

Em tempo de pandemia e aulas online, Malala Yousufzai terminou o seu curso na Universidade de Oxford, celebrando com duas fotografias nas redes sociais com um bolo, balões, e coberta em comida e confetti coloridos, como é tradição da universidade britânica no dia dos últimos exames.

“É difícil expressar a minha alegria e gratidão neste momento em que completo o meu curso de Filosofia, Política e Economia em Oxford”, disse Malala no Twitter. “Não sei o que virá a seguir. Por agora, vai ser Netflix, ler e dormir”, concluiu. 

Yousufzai, agora com 22 anos, recebeu aos 17 anos o Prémio Nobel da Paz pela sua luta pelo direito à educação que os taliban negam às raparigas nas zonas que dominam - foi a mais jovem a ganhar este prémio.

Começou a escrever, com 11 anos, um blogue para a BBC urdu sobre como era viver sob os taliban do Paquistão (sob pseudónimo).

Aos 14, tinha chamado a atenção dos taliban. Perguntaram pelo seu nome na escola, e quando voltava, numa carrinha de caixa aberta, dispararam contra ela. Duas outras colegas ficaram feridas e Malala quase morreu, soube-se que sobreviveria depois de ter sido transferida para o Hospital Rainha Isabel, em Birmingham, Reino Unido. Foi submetida a várias cirurgias, e ficou, depois de tudo, com uma paralisia parcial na face.

Depois de recuperar, continuou a viver e estudar em Inglaterra, assim como a família, que corre ainda risco no Paquistão, e foi numa aula que soube que tinha recebido o Nobel (em 2014). Antes já tinha recebido outros prémios, como o Sakharov, do Parlamento Europeu. Entrou em Oxford em 2017. 

Entretanto, escreveu dois livros, Eu Sou Malala e O Lápis Mágico de Malala (ambos editados em Portugal), e criou a fundação Malala Fund para “defender o acesso das raparigas a uma educação de qualidade” e recolher fundos para investir em “soluções centradas nas comunidades que permitam fornecer melhor educação, dando poder aos líderes e aos educadores locais”.

Numa newsletter da fundação, Malala falou de como a pandemia “mudou muito no meu último ano na Universidade”: os irmãos, por exemplo, interrompiam frequentemente enquanto estudava, contou. “É difícil não pensar em tudo o que estamos a perder [com a pandemia]”, continuou. “Mas não estamos a perder o mais importante: a nossa educação”.

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