Trabalhadores municipais de Lagos testados por “indícios” de contacto com infectados

Esta quarta-feira serão realizadas duas acções “intensivas” de testagem à covid-19 em Lagos, depois de terem sido confirmados 37 casos positivos associados a uma festa ilegal ocorrida no passado dia 7 de Junho.

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Devido ao surto em Lagos, vários estabelecimentos foram desinfectados e encerrados MARA GONÇALVES

Estão a ser realizadas acções “intensivas” de testagem à covid-19 em Lagos, depois de terem sido confirmados 37 casos positivos associados a uma festa ilegal ocorrida no passado dia 7 de Junho.

Na totalidade, somam mais de 500 testes. A câmara municipal, onde trabalha como empregada do serviço de limpeza uma mulher que participou na festa e que ficou infectada, está a rastrear os 300 funcionários. Os serviços públicos de saúde, por seu lado, ordenaram uma centena de testes a que juntaram outros pedidos de empresas e de particulares.

Noutro âmbito, a GNR está a proceder a um levantamento do que se terá passado no evento, para apurar se existem indícios criminais de modo a que o Ministério Público actue em conformidade. O presidente da Câmara de Lagos, Hugo Pereira, tinha já pedido “punição” para quem não cumpriu as normas de segurança e saúde vigentes.

A autarquia sublinhou ontem que “várias diligências foram desencadeadas de forma imediata e articulada entre as autoridades de saúde, o município e alguns estabelecimentos privados afectados, visando circunscrever e controlar o mais depressa possível este surto epidémico”.

Os 37 casos positivos terão sido identificados em várias zonas do Algarve. “A ocorrência foi a festa, mas as pessoas não viviam todas no mesmo sítio”, afirmou a directora-geral da Saúde, em conferência de imprensa, pelo que os casos estão a ser reportados na localidade de residência. 

Num comunicado enviado às redacções, a Câmara Municipal de Lagos explica que, depois de terem sido realizados testes de diagnóstico durante o fim-de-semana, na segunda e na terça-feira, esta quarta-feira estará, junto ao Pavilhão Desportivo Municipal de Lagos, entre as 10h e as 17h, uma equipa disponibilizada pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve a realizar uma acção intensiva de colheitas para a realização de testes de despiste à covid-19 “a todas as pessoas ainda não testadas que estiveram presentes no evento decorrido no passado dia 7 de Junho em Odiáxere, assim como a familiares e outros contactos próximos, designadamente colegas de trabalho destas pessoas que participaram na festa”.

A nota revela ainda que “existindo indícios de possíveis contactos com infectados”, irá decorrer durante esta quarta-feira, na Câmara Municipal de Lagos (Edifício Paços do Concelho Séc. XXI), “uma acção intensiva de colheitas aos trabalhadores municipais, como medida de prevenção, na eventualidade de algum destes poder ter estado em contacto com pessoas infectadas”.

A autarquia sublinha que “várias diligências foram desencadeadas de forma imediata e articulada entre as autoridades de saúde, o município e alguns estabelecimentos privados afectados, visando circunscrever e controlar o mais depressa possível este surto epidémico”.

Uma das medidas passou por “identificar as pessoas que participaram nesse evento e outras que tiveram contactos próximos com os participantes, designadamente no seio familiar e no contexto laboral”, tendo sido delineada “uma campanha intensiva de realização de colheitas para testes, visando despistar possíveis casos positivos”.

No comunicado, a câmara destaca “o sentido de responsabilidade e a rápida actuação das empresas privadas do concelho [restaurantes e superfícies comerciais] que, perante a suspeita ou a confirmação de trabalhadores infectados com o novo coronavírus, sem olhar a gastos, decidiram testar todos os seus colaboradores e proceder à desinfecção das suas instalações, de modo a eliminar possíveis cadeias de transmissão e, assim, terem condições de retomar em segurança plena as suas actividades, tão necessárias neste período de crise de saúde pública para combater o impacto económico e social que a mesma tem gerado”.

A autarquia nota que foram confirmados esta quarta-feira 37 casos positivos associados a este foco, “distribuídos por vários concelhos”, e garante que, à medida que os dados forem actualizados, a informação será partilhada através do quadro da situação epidemiológica do concelho de Lagos que tem vindo a ser publicado na página de Facebook do município.

O presidente da Câmara de Lagos aproveita ainda para apelar “à serenidade da comunidade” e garante que “todos os meios estão a ser mobilizados, de modo articulado entre as autoridades de saúde, o município, forças de segurança e Protecção Civil, para minimizar o impacto deste infeliz e condenável acontecimento”, apelando também “ao sentido de responsabilidade cívica que tem caracterizado a conduta dos lacobrigenses desde o início da pandemia e que fez com que os números até agora quase não tivessem tido expressão no concelho”.

“Lagos foi sempre um concelho seguro, pelo que estamos todos empenhados e confiantes de que iremos superar rapidamente este episódio e garantir que o mesmo não seja replicado”, conclui Hugo Pereira.

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