US Open confirmado sem público

O ténis profissional regressa no início de Agosto com dois torneios do Grand Slam e três Masters 1000 no período de sete semanas.

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Bancadas continuarão despidas durante a edição deste ano do US Open DR

Em consonância com os circuitos ATP e WTA e com a autorização oficial do governador do Estado de Nova Iorque, foi oficialmente confirmada a realização do US Open para a data prevista, entre 31 de Agosto e 13 de Setembro, embora de forma condicionada. O apoio dos principais patrocinadores e os mais de 60 milhões de euros que a cadeia televisiva ESPN paga anualmente por direitos televisivos, em particular, do US Open, foram determinantes para a federação norte-americana de ténis (USTA) decidir organizar o evento, mesmo sob condições inéditas, de modo preservar a saúde dos jogadores e dos elementos da organização, sendo a mais notória e impactante a ausência de público.

As medidas previstas já tinham sido apresentadas à discussão na semana passada, numa vídeo-reunião com quatro centenas de tenistas: testes antes da partida e vários durante a estadia; temperatura diariamente verificada; obrigatoriedade de usar máscara, excepto se estiver a treinar-se ou a competir; partilha do mesmo hotel, perto do aeroporto, reservado exclusivamente para o torneio e apetrechado com um centro médico, um enorme ginásio e espaços de recuperação e lazer; cada jogador poderá ocupar dois quartos no máximo – ou seja, podem levar três acompanhantes –, mas também podem optar por uma casa (fora de Manhattan), a expensas próprias.

Os quadros de singulares mantêm-se em 128 jogadores: 120 com entrada directa – entre os quais os portugueses João Sousa e Pedro Sousa – e oito wild-cards. Os quadros de pares masculinos e femininos serão reduzidos a 32 equipas cada e não haverá a tradicional prova de pares mistos – existente unicamente nos torneios do Grand Slam. Eliminadas ficaram igualmente a fase de qualificação e os torneios de juniores e de cadeira de rodas. No entanto, para compensar os jogadores que poderiam aceder ao quadro principal através do qualifying, a USTA vai doar 5,8 milhões de euros, cuja distribuição será da responsabilidade da ATP e WTA.

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Na semana reservada ao qualifying, o mesmo Billie Jean King National Tennis Center vai hospedar o Western & Southern Open, torneio da categoria Masters 1000 que habitualmente decorre em Cincinnati. No total dos dois torneios, a USTA vai distribuir 53 milhões de euros em prémios monetários.

Um agravamento do fosso?

A atribuição de pontos ATP no US Open é a questão mais sensível, devido à limitação de jogadores, mas é obrigatória por contrato com os patrocinadores – caso contrário seria um torneio de exibição. Muitos tenistas têm acusado os responsáveis de estar a criar-se um maior fosso entre os jogadores do topo e os resignados a competir no Challenger Tour, em que há muito menos pontos em disputa.

Outros, como Novak Djokovic – que está a organizar um circuito de pequenos torneios na costa do Adriático sem restrições de público nas bancadas – ou Rafael Nadal – que defende o título em Roland Garros – poderão preferir ficar na Europa por razões de saúde.

Do lado feminino, a actual número dois mundial, Simona Halep, já adiantou que não irá participar em torneios na América ou na Ásia até ao final do ano. Já a líder do ranking, Ashleigh Barty, manifestou alguma apreensão quanto a uma viagem até Nova Iorque e Petra Kvitova afirmou preferir o cancelamento da prova a ter que jogar diante de bancadas vazias. Certa é a presença de Serena Williams, que procura um inédito 24.º título do Grand Slam.

Ao mesmo tempo, os responsáveis dos circuitos masculino e feminino anunciaram a retoma da competição para início de Agosto e apresentaram o calendário reformulado para as semanas seguintes. Por agora, a ATP só adiantou a lista de torneios até à conclusão da mini-época de terra batida, em Roland Garros – cuja organização, a federação francesa, garantiu ir ter público.

O calendário feminino inicia-se a 3 de Agosto em Palermo (Itália) e tem a semana seguinte em aberto, para adicionar uma outra prova na Europa, antes de se deslocar para os EUA. No total, o WTA Tour anunciou já 20 eventos até final da época, com a particularidade de, a partir de Outubro, se realizarem praticamente todos na Ásia.

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