Reflexão sobre linguagem e cinema em tempos de covid

O tempo no cinema americano contemporâneo e nas séries televisivas ou difundidas em streaming não é complacente com a subtileza de cineastas como Tarkovsky, Antonioni ou António Reis.

1. Ao falarmos de cinema, falamos necessariamente de uma linguagem composta de fragmentos. Imagens, sons e, na nomenclatura muito própria do cinema, planos que são imagens e sons, que têm um tempo e uma duração próprias. Tal como a linguagem escrita através de letras, palavras e frases, a linguagem cinematográfica é gerida através destes fragmentos, ou seja, os planos, as cenas e as sequências, que não são mais que as partes que caracterizam o todo de um filme. O cinema é necessariamente uma linguagem de fragmentos, mas o que o distingue de outras formas audiovisuais que também assim se caracterizam? Não é apenas o facto de ter nascido para ser partilhado com outros numa sala escura, que nos foi agora alienada em tempos de covid, e foi inteiramente substituída por outros suportes de menor dimensão. Talvez uma das coisas que distingue a linguagem do cinema, ou pelo menos de um determinado tipo de cinema, seja o respeito pela forma.

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