Cláudia Joaquim volta para o Governo e fica com o Orçamento

Já são conhecidos os nomes dos três novos secretários de Estado que vão acompanhar João Leão no Ministério das Finanças. Mendonça Mendes, que mantém os Assuntos Fiscais, sobe a número dois.

Foto
Cláudia Joaquim regressa ao Governo para integrar equipa de João Leão rui Gaudencio

O Presidente da República aceitou esta sexta-feira os nomes dos novos secretários de Estado que vão integrar a equipa do Ministério das Finanças, que será liderada por João Leão a partir da próxima segunda-feira. Cláudia Joaquim, que foi secretária de Estado da Segurança Social com Vieira da Silva, assume a secretaria de Estado do Orçamento, até agora nas mãos do futuro ministro das Finanças.

Além de Cláudia Joaquim, assumem lugares das Finanças João Nuno Mendes, como secretário de Estado das Finanças, e Miguel Cruz, como secretário de Estado do Tesouro, respectivamente em substituição de Ricardo Mourinho e Félix e Álvaro Novo. 

A equipa fica completa com António Mendonça Mendes, que será o secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais. Mendonça Mendes é, além de João Leão, o único a transitar da equipa anterior, ficando agora como o número dois do ministro. 

A tomada de posse da nova equipa está marcada para segunda-feira, dia em que Mário Centeno deixa de ser ministro das Finanças. 

Quem são e de onde vêm os novos secretários de Estado?

A futura secretária de Estado do Orçamento fez parte do primeiro Governo de António Costa, onde assumiu a secretaria de Estado da Segurança Social, ao lado de Vieira da Silva. Com as eleições legislativas de Outubro de 2019, Cláudia Joaquim saiu do Governo, tendo integrado dois meses depois a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, como vogal da mesa. 

Na pasta do Orçamento entra numa altura em que o défice volta a estar fora dos eixos por causa da resposta à pandemia, mas já tem a missão traçada pelo futuro ministro das Finanças: a política de contas certas é para prosseguir. 

Cláudia Joaquim é licenciada em Economia pelo ISEG e técnica superior do Instituto de Segurança Social desde 2001.  

João Nuno Mendes também vem do ISEG, mas com a licenciatura de Gestão. Recentemente trabalhou para encontrar uma solução para a TAP. Segundo a nota biográfica disponibilizada pelo Governo, João Nuno Mendes estava desde Maio a liderar as negociações da ajuda de Estado ao grupo TAP que segundo o Orçamento Suplementar pode atingir um máximo de 1200 milhões de euros, estando previsto que sejam usados um valor próximo, mas abaixo, de 950 milhões de euros. 

Foi presidente da empresa Águas de Portugal entre 2016 e 2019, tendo antes passado pelo sector privado, nomeadamente pela Galp e pelo Grupo Amorim. 

Entre 1999 e 2002 foi secretário de Estado do Planeamento, quando Elisa Ferreira, a actual comissária da Coesão, era ministra do Planeamento. 

Apesar da colaboração recente com o Governo na TAP, a gestão da participação pública na companhia aérea não estará sob a sua alçada, já que ao secretário de Estado das Finanças cabe a tutela das participações financeiras do Estado (onde está por exemplo a Caixa Geral de Depósitos). João Nuno Mendes chega à secretaria de Estado numa altura em que as ajudas ao Novo Banco estão constantemente debaixo de fogo e quando a banca foi obrigada a avançar com moratórias de crédito para particulares e empresas.

Com a gestão das participações do Estado no capital de empresas fica o novo secretário de Estado Miguel Cruz. Uma tarefa que não lhe será estranha, já que desde 2017 presidia a Parpública, a empresa que gere as participações do Estado. 

Doutorado em Economia pela London Business School, Miguel Cruz é a verdadeira estreia em funções governativas. Já passou pelo IAPMEI e pela Portugal Ventures.

Uma das missões mais complicadas que poderá enfrentar prende-se como o dossier TAP que vai receber ajudas de Estado para enfrentar a pandemia. 

  

Sugerir correcção