Há mais sete mortes e 310 novas infecções, 91% na região de Lisboa. Porto sem novos casos há seis dias

Há 415 pessoas com covid-19 internadas (menos duas do que no dia anterior) e 70 em unidades de cuidados intensivos. Mas já não há crianças em unidades de cuidados intensivos e há apenas duas internadas.

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Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital D. Pedro (Centro Hospitalar do Baixo Vouga) Adriano Miranda

Portugal registou esta quinta-feira mais 310 casos de infecção pelo novo coronavírus (num total de 35.910), o que corresponde a um aumento de novos casos de 0,9%. Registaram-se mais sete mortes no país, contabilizando-se um total de 1504 vítimas mortais.

Dos 310 casos registados nas últimas 24 horas, 283 foram identificados na região de Lisboa e Vale do Tejo, o que corresponde a 91,3% do total de novos casos.

Os dados foram divulgados esta quinta-feira no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), que todos os dias é actualizado com a informação recolhida até à meia-noite do dia anterior.

Já recuperaram da infecção 22.002 pessoas, mais 260 do que as registadas na quarta-feira. Há ainda 415 pessoas internadas (menos duas do que no dia anterior) e 70 em unidades de cuidados intensivos (o mesmo número do que na quarta-feira). Na conferência de imprensa diária sobre a actual situação da pandemia de covid-19 em Portugal, a directora-geral da Saúde informou que há apenas dois menores internados e que já não há crianças nos cuidados intensivos. 

Por concelhos, Lisboa concentra o maior número de casos (com 2789), seguindo-se Sintra (1802 casos), Vila Nova de Gaia (1592) e o Porto (1414). Há seis dias que o município do Porto não regista novos casos de infecção pelo novo coronavírus, mantendo-se com 1414 casos desde o dia 6 de Junho.

Retirando ao total de infecções o número de mortes e de recuperados, há 12.404 casos de infecção ainda activos em Portugal — mais 43 do que na quarta-feira.

Embora a região de Lisboa e Vale do Tejo continue a registar a maior parte dos novos casos, em termos absolutos e desde o início da pandemia, a região Norte continua a ser aquela com mais casos de infecção, com 17.007 casos e 810 mortes (mais 19 casos e uma morte do que na quarta-feira). Na região da capital regista-se um total de 14.161 casos e 417 óbitos, mais cinco mortes do que na quarta-feira.

Política “de testagem agressiva” em Lisboa

Ema conferência de imprensa, Graça Freitas esclareceu que a intensidade dos rastreios varia de acordo com o contexto, mas afirmou que os testes não pararam noutros pontos do país. Optou-se por uma política “de testagem agressiva” em Lisboa, para isolar casos positivos precocemente e garantir o confinamento.

As epidemias “não ocorrem de forma uniformizada num país, nem a gripe é assim, ocorrem por regiões conforme dinâmicas populacionais nessas regiões. E muitas vezes o que dá início a uma epidemia numa região não se chega a conhecer em profundidade”, notou Graça Freitas para explicar a dinâmica da região de Lisboa.

A directora-geral da Saúde recordou que o Norte iniciou “uma dinâmica epidémica” completamente diferente das outras regiões do país, nomeadamente das que são igualmente densamente povoadas, como o Centro e Lisboa e Vale do Tejo. O padrão do Norte começou com casos importados, enquanto na zona Centro esteve muito ligado a lares de idosos.

A região de Lisboa teve sempre casos, mas a situação piorou com o aparecimento de vários focos, primeiro ligados a trabalhadores de empresas de trabalho temporário, como na área da Azambuja, depois em focos secundários nas habitações, transportes. E a partir daí é fácil espalhar-se na comunidade, explicou Graça Freitas.

Já a secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, que participou também na conferência de imprensa, admitiu que houve um engano na referência a Arroios (feita na conferência de imprensa de quarta-feira) como um dos locais onde se verifica um dos 13 surtos na região de Lisboa.

“Há alguns surtos, nalguns pontos, que têm uma correspondência com um código postal, houve no caso de Arroios um lapso.”

Nenhuma criança em unidades de cuidados intensivos

A directora-geral da Saúde disse ainda ter uma “notícia muito boa para dar” no que diz respeito às crianças, referindo que há, neste momento, no Hospital Dona Estefânia duas crianças internadas e que nenhuma está em unidades de cuidados intensivos.

“Desde praticamente que começámos a ter internamentos pediátricos, e isto reporta-se ao Sul todo do país e não temos informação em contrário da região Norte, portanto tomamos como bons os resultados do Hospital Dona Estefânia, que neste momento tem duas crianças internadas e nenhuma está em unidade de cuidados intensivos”, afirmou.

"Nada impede” que haja uma esplanada com um grelhador

Em relação aos arraiais, “nada impede que haja uma esplanada, que essa esplanada tenha música e que essa música seja acompanhada de um grelhador e de umas belas sardinhas”, desde que haja distanciamento social e as regras sejam cumpridas, afirmou Graça Freitas.

A directora-geral da Saúde admitiu, porém, que há esplanadas em que as regras são cumpridas e o “risco é mínimo”, mas “há outras situações em que as pessoas se juntam demasiado”, sendo que em sítios públicos como esplanadas, ajuntamentos de pessoas e situações de convívio “muitas vezes estamos a conviver com perfeitos desconhecidos”, pelo que “temos que pensar que não conhecemos o seu estado infeccioso” e “tomar cuidado”.

Na quarta-feira registaram-se 294 novos casos e, desses, 92% foram identificados na região de Lisboa e Vale do Tejo. Nesse dia foram ainda reportadas mais cinco mortes e mais 403 pessoas recuperadas da doença.

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