Governo pondera alargar o uso do cartão de localização do passageiro a todos os que aterrarem em Portugal

“O próprio passageiro, antes de abandonar a aeronave ou o aeroporto, deixa preenchido um formulário com um conjunto de informações que vão desde o local onde se sentava até ao sítio onde vai ficar alojado e aos seus contactos”, explicou ministra da Saúde.

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LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Com as férias de Verão a chegar e a gradual reactivação de rotas áreas a começar na próxima segunda-feira, o Governo pensa em modos de evitar a propagação do coronavírus decorrente da circulação internacional de passageiros. Segundo a ministra da Saúde, Marta Temido, o que se pondera é alargar a todos o controlo de temperatura e o uso do cartão de localização do passageiro.

“Está em vigor o controlo da temperatura e a aplicação de um cartão de localização do passageiro e de identificação dos contactos que o passageiro tenha tido quando a sua origem são locais mais expostos em termos de risco”, disse, na conferência de imprensa desta quarta-feira, sem explicar que a medida foi inicialmente decretada para voos oriundos da China e de Itália, entretanto suspensos, e a que países se aplica agora. “Aquilo que equacionamos a este nível é que este cartão, o passenger locator card – em que o próprio passageiro, antes de abandonar a aeronave ou o aeroporto, deixa preenchido um formulário com um conjunto de informações que vão desde o local onde se sentava até ao sítio onde vai ficar alojado e aos seus contactos – passe a ser utilizado para todas as origens.”

Marta Temido não adiantou qualquer data. “Este é, neste momento, o ponto de informação em que nos encontramos em termos de decisões”, sublinhou. “Permanecemos atentos àquilo que outros países, designadamente na União Europeia, utilizam como mecanismos. E procuramos também ter neste tema decisões o mais coerentes e o mais harmoniosas possível.”

No quadro de prevenção e contenção da pandemia, impuseram-se grandes restrições ao tráfego aéreo. Foram suspensos os voos para fora da União Europeia, com algumas excepções: os países associados ao Espaço Schengen (Liechtenstein, Noruega, Islândia e Suíça), os países de expressão oficial portuguesa e os países com grandes comunidades portuguesas residentes (Reino Unido, os Estados Unidos, a Venezuela, o Canadá e a África do Sul).

O primeiro-ministro, António Costa, diz que os aeroportos estão prontos. Segunda-feira é o dia por si anunciado para o início do regresso gradual a algo próximo da normalidade. Bruxelas recomendou aos Estados-membros que mantenham até 1 de Julho as restrições aos voos não essenciais para países não pertencentes à União Europeia. E Portugal acatou, mantendo as excepções que já existiam. A partir daí, ao que já disse o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, “os países serão avaliados em função da sua situação sanitária e o acesso de voos terá em conta as recomendações do Centro Europeu de Controlo de Doenças”.

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