Caso Maddie: mulher acredita ter sido violada no Algarve por suspeito do rapto

Mulher irlandesa foi violada enquanto trabalhava na Praia da Rocha. Hazel Behan pede reabertura do caso, depois de estabelecer ligação com modus operandi de outra agressão sexual.

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Christian B. numa imagem divulgada pelo jornal Bild DR

Em 2004, Hazel Behan trabalhava na Praia da Rocha, em Portimão. A mulher irlandesa, então com 20 anos de idade, era funcionária de uma agência turística. Uma noite, um estranho invadiu o apartamento onde residia, violou-a e fugiu. Nunca seria apanhado e o caso viria a prescrever. Mais de 15 anos após o crime, a irlandesa pede que o processo seja reaberto, dadas as novas informações vindas a público a propósito de Christian B., recluso alemão que é suspeito no caso de Madeleine McCann​. 

De acordo com Hazel Behan, a natureza e o modus operandi usado pelo homem nos crimes sexuais a outra vítima coincide exactamente com o ataque sofrido no Algarve. “Fiquei boquiaberta quando li como ele atacou uma mulher em 2005, tanto as tácticas como os métodos usados, as ferramentas que tinha com ele, como planeou tudo. Vomitei, para ser sincera, visto que ao ler isto fui transportada de volta para a minha experiência”, revelou a irlandesa ao jornal britânico The Guardian.

Na descrição feita à polícia após o ataque sexual, Hazel descreveu à polícia o sotaque alemão do homem que comunicava em inglês. Apesar da máscara que lhe tapava a cara, a irlandesa conseguiu detectar os olhos azuis e as sobrancelhas loiras. Na parte superior da coxa direita do homem detectou uma marca. Estes pormenores coincidem com a descrição física do homem de 43 anos feita pela comunicação social alemã a propósito do caso Maddie.

Christian B., como ficou conhecido, é o novo suspeito do desaparecimento da criança inglesa. A menina desapareceu em Maio de 2007, época em que o homem alemão, actualmente detido por crimes sexuais, morava a 30 minutos do complexo da Praia da Luz, último local onde a criança foi vista. Christian B. viveu no Algarve entre 1995 e 2007.

Tal como no caso da violação à norte-americana de 72 anos, da qual o alemão foi condenado, também foi utilizada uma câmara para filmar a agressão sexual. Armado com uma faca de mato, o homem prendeu a mulher a uma mesa, violando-a durante cerca de quatro horas. Foi acorrentada, chicoteada e envolvida num lençol. Por fim, o agressor decidiu sair do apartamento.

Com os novos desenvolvimentos nesta investigação, Hazel Behan decidiu tornar pública a sua experiência, na esperança de que o caso possa ter uma solução. A irlandesa considera que a investigação foi mal conduzida, acusando as autoridades portuguesas de não recolherem vestígios que pudessem identificar o agressor sexual: “Acho que se a polícia tivesse feito o seu trabalho a investigar o que me aconteceu, se este é efectivamente o mesmo homem que atacou a mulher norte-americana e raptou a Madeleine McCann, eles poderiam ter impedido o ataque, e a Maddie estaria agora em casa com os pais.”

A Polícia Metropolitana de Londres recolheu o testemunho da irlandesa, garantindo-lhe que entraria em contacto com as autoridades portuguesas. 

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