Trabalhadores da ACT recusam instalações por receio de contágio com covid-19

Funcionária que estava em quarentena após teste positivo de uma colega foi abrir o Centro de Lisboa Oriental, o que gerou preocupação entre inspectores e demais pessoal da Autoridade para as Condições do Trabalho.

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Nelson Garrido/Arquivo

Entre 40 e 50 trabalhadores da Autoridade para as Condições do Trabalho recusaram-se hoje a entrar nas instalações do Centro de Lisboa Oriental, na Avenida 5 de Outubro, onde habitualmente trabalham, com receio de contágio por covid-19. Segundo fonte sindical, os trabalhadores aguardaram toda a manhã no exterior do edifício, à espera de uma alternativa, e entretanto rumaram a casa.

O problema começou na semana passada, quando uma das funcionárias da limpeza teve um teste positivo. A trabalhadora em causa, com vínculo a uma empresa de serviços de limpeza, ficou em casa, quando se confirmou que estava doente, bem como as restantes colegas de equipa (cinco, segundo a mesma fonte sindical), postas em quarentena.

Só que, nesta terça-feira, uma dessas trabalhadoras, colocadas em casa por precaução, foi chamada às instalações naquela avenida de Lisboa, para abrir a porta. O que gerou receio entre os trabalhadores da ACT.

Carla Cardoso, dirigente do Sindicato dos Inspectores do Trabalho, disse ao PÚBLICO que até ao momento não foram dadas soluções alternativas aos cerca de 40 ou 50 trabalhadores em causa. Naquele centro trabalham habitualmente cerca de 90, mas para minimizar riscos de contágio, a equipa foi dividida em dois grupos, que trabalham alternadamente.

“As pessoas sentem-se desprotegidas, não há até ao momento uma resposta. O mais natural seria prosseguir em teletrabalho até haver desinfecção, mas mesmo isso implica envolvimento superior porque as pessoas têm as suas ferramentas de trabalho nas instalações”, resume a mesma dirigente.

Depois de terem esperado a manhã toda por uma alternativa, os trabalhadores foram para casa, “sem saberem quem lhes justifica a ausência”, disse a mesma fonte.

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