PSP apresenta queixa contra manifestante com cartaz que faz “incentivo à violência contra polícias”

Há pelo menos dois cartazes que dizem que um “bom” polícia é um polícia “morto”: uma fotografia de um deles corre nas redes sociais e outra foi captada pelo PÚBLICO.

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A Polícia de Segurança Pública (PSP) identificou um portador de um cartaz com uma mensagem de “incentivo à violência contra polícias” na manifestação anti-racista no Porto.

“No dia 6 de Junho, na manifestação ocorrida na Avenida dos Aliados, na cidade do Porto, alguns dos manifestantes exibiram cartazes com inscrições de incentivo à violência contra polícias e, portanto, passíveis de se constituírem como ilícitos criminais”, diz a PSP em comunicado divulgado esta segunda-feira.

Há pelo menos dois cartazes que dizem que um “bom” polícia é um polícia “morto”: uma fotografia de um deles corre nas redes sociais e outra foi captada pelo PÚBLICO.

Milhares de pessoas saíram no sábado às ruas de Lisboa, Porto e Coimbra contra o racismo e a violência policial, replicando protestos realizados noutros países na sequência da morte do afro-americano George Floyd, em Maio, asfixiado por um polícia nos Estados Unidos.

Durante a manifestação, a PSP não procedeu “à identificação e detenção dos suspeitos da prática desses actos”, por considerar que essa intervenção “poderia ser incorrectamente interpretada e, consequentemente, potenciadora da ocorrência de indesejáveis desordens num evento que se pretendia pacífico”, acrescenta a nota.

Após a visualização das imagens que circularam nas redes sociais e de outras “diligências investigatórias entretanto encetadas pela PSP”, “já foi possível identificar um dos suspeitos, sendo expectável que outras identificações sejam entretanto apuradas”.

Os factos foram comunicados ao Ministério Público da Comarca do Porto. “A PSP exercerá o direito de queixa relativamente aos ilícitos criminais que dela necessitem”, diz a polícia.

“A PSP repudia qualquer tipo de extremismo e discriminação, independentemente de terem por base questões rácicas, políticas, profissão religiosa, nacionalidade, de orientação sexual, desempenho profissional ou outras. A PSP repudia qualquer apelo à violência ou uso de violência, independentemente dos seus autores, por não serem admissíveis num Estado de direito.”

A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP) já tinha anunciado que iria apresentar esta segunda-feira uma queixa no Ministério Público contra manifestantes que exibiram no sábado mensagens que “promovem ou incentivam ao ódio” contra a polícia, anunciou este domingo o sindicato.

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